Parto para 2009 tão pouco convicta de que possa ser bom!
Ao meu redor vejo tanta gente só, pobre, desencorajada. Injustiçada.
E vejo outros na abundância e na indiferença pelos que pouco ou nada têm.
De várias partes do mundo nos chegam notícias de guerra, mortes, devastações.
De todo o lado o clamor de que fomos enganados por um sistema que se acreditava auto-regulável e não era. Não houve mão invisível senão a do homem com a sua ganância.
Só na medida em que cada um de nós possa contribuir, na sua pequena ou grande medida, para alterar este estado de coisas, deixo votos de bom 2009.
31 de dezembro de 2008
19 de dezembro de 2008
Que brilhe
Que brilhe uma estrelinha bonita para cada pessoa.
Que a esperança em mais justiça, mais paz e mais amor não morra nos corações.
Que saibamos dar valor a tudo o que de bom temos nas nossas vidas.
Que saibamos lutar por tudo o que não temos e nos parece razoável alcançar.
São os meus votos para este tempo de Natal que vivemos.
12 de dezembro de 2008
4 de dezembro de 2008
Um frio
Li há dias, no mais recente livro de Luis Sepúlveda, A lâmpada de Aladino, algo parecido com isto, porque cito de memória:
Os amigos morrem-nos. Não morrem simplesmente, morrem-nos. E deixam-nos um frio, um vazio entre os ossos. Por isso morremos um pouco com eles.
Não me perguntem a razão, mas martela-me a frase no cérebro; há um eco de "um frio", "um frio"...
Talvez porque na vida, a todos que já viveram o bastante, sempre alguém deixou um frio nos ossos. Ganhamos e perdemos afectos. Os que ganhamos nunca são de mais, os que perdemos nunca são substituídos.
Os amigos morrem-nos. Não morrem simplesmente, morrem-nos. E deixam-nos um frio, um vazio entre os ossos. Por isso morremos um pouco com eles.
Não me perguntem a razão, mas martela-me a frase no cérebro; há um eco de "um frio", "um frio"...
Talvez porque na vida, a todos que já viveram o bastante, sempre alguém deixou um frio nos ossos. Ganhamos e perdemos afectos. Os que ganhamos nunca são de mais, os que perdemos nunca são substituídos.