22 de dezembro de 2024

Cabrita (conto)

















Nada para mim, quando criança, foi fácil. Conseguir a minha primeira bicicleta foi uma luta. Tudo começou com a compra de um relógio Omodox na relojoaria do Sr. Pedro. Devo ter ficado com ele uns 10 dias. Em seguida troquei por uma espingarda de pressão e no mesmo dia por um relógio seiko. No dia seguinte troquei o relógio por uma espingarda de cartucho que fiquei com ela por uns 30 dias.

No lugar onde eu ia caçar; um sitio, nós, moleques, chamávamos de "os claudio", (era onde a gente comprava frutas para revender nos dias de chuva) o dono queria porque queria a espingarda. Dinheiro ele não tinha, mas tinha várias cabritas e me deixava até escolher uma. Não deu outra. Deixei a espingarda e vim para minha casa com uma cabrita. Imaginei que na minha casa todos iriam ficar feliz com a cabrita, ledo engano. , minha mãe quis me matar; me expulsou de casa com cabrita e tudo. Fiquei ali, na rua, olhando para a cabrita e ela para mim. Depois de um tempo a levei para pastar e tomar água no rio arara. Voltando para casa e sem saber o que fazer com a cabrita, porque, conforme minha mãe; em casa ela não entrava, fiquei, então, andando com a cabrita pelas ruas. De repente escutei uma voz dizendo --"ei, quer vender essa cabrita? Quando olhei, vi um menino, mais velho que eu, em cima de uma bicicleta, toda cheia de acessórios (buzina campainha, espelho retrovisor dos dois lados, fitas nas pontas do guidão e mais, uma luz que acendia pelo dínamo no pneu)., aquilo era tudo que eu queria. Respondi que não, mas podia fazer uma troca. Ele olhou para mim, pensou e perguntou: --

--"que mais que você tem, fora a cabrita?

--"tenho um canário belga e uma colerinha., respondi.

--"dobrando? (cantando) 

--"sim! Os dois."

--"me deixa ver

--"Negócio feito"

Depois de algum tempo, o menino que ficou com a cabrita, me disse que a cabrita não era ela, era ele, ou seja, era um bodinho, mas que foi até melhor. Me disse que ia fazer uma carrocinha e ensinar o bodinho a puxá-la. Acho que isso era gozação dele, mas sei lá..

E foi assim que eu consegui a minha bicicleta.


Ivo Terra Mattos 👈👈

Opiniões

 No Observador 

Fotografia do Colunista
André Abrantes Amaral

A Alemanha e as matérias-primas

As dificuldades da Europa,

 nomeadamente da

 Alemanha, no acesso às

 matérias-primas não

 colocam em causa apenas

 o bem-estar material dos

 europeus. São também

 uma ameaça à paz

 europeia.

Fotografia do Colunista
Tiago de Oliveira Cavaco

O humor, fast food da alegria

A pessoa que tem humor

 tende a retirar um

 proveito instantâneo 

 desta posse. Já a pessoa

 alegre pode ter de esperar.

 E esperar custa,

 evidentemente.

Fotografia do Colunista
Miguel Tamen

Plano Nacional de Leitura (XXVIII)

O’Neill tem fama de ser um

 especialista em dar

 recados claros sobre

 coisas concretas; mas 

 na verdade desconfiava

 dessas ideias.

Fotografia do Colunista
Paulo Trigo Pereira

Proximidade”: Encostar à Parede

Sou dos muitos que ficaram

 profundamente chocados

 com a imagem da rua do

 Benformoso, com uma

 longa fila de pessoas

 encostadas à parede face 

 a um forte contingente

 policial.

21 de dezembro de 2024

Esta não é comida caseira



 É comida de restaurante, mais sofisticada. 

Opinião

 RECORTE DE IMPRENSA 










Vamos lá ver se a gente se entende: O que seria do nosso país, ou mesmo da Europa, se não contasse com a expressiva força de trabalho dos imigrantes?

Seja na área dos transportes, da agricultura, da construção civil, das pescas, da restauração e hotelaria, na saúde, nos lares ou apoio de idosos, no turismo, e por aí fora. Parava. Falia. Dava o berro. Desacertava o passo neste mundo competitivo e veloz.

Ajit Hanssraj, presidente cessante da comunidade hindu, recordou ontem que são tantas vezes os imigrantes que asseguram o “3D Work”: Difficult (difícil), Dirty (sujo), Dangerous (perigoso).

Em troca, Portugal tem a obrigação moral e ética de garantir de volta dignidade e direitos humanos, respeitando e integrando todas as pessoas que escolhem viver e contribuir para o nosso país.

***

"hum" !?

                   👇👇👀





Opiniões

 No Observador 

Fotografia do Colunista
Jaime Nogueira Pinto

Nós, os que lutamos com Deus

Deus parece amar os que

 com Ele lutam e resistem.

 O novo livro de Jordan

 Peterson é sobre esta luta.

 A luta histórica, bíblica,

 literária e existencial que

 estrutura “o Ocidente”.

Fotografia do Colunista
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

As incoerências do Natal

Herodes morreu no ano 4

 antes da nossa era, tendo

 Jesus uns dois anos, ou

 seja, Cristo nasceu no ano

 6 ou 7 antes de Cristo, 

 o que é um curioso

 paradoxo.

Fotografia do Colunista
Paulo Ramos

Deus, o presépio e os pardais

Paolo Uccello demonstrou

 como a Adoração fala

 afinal sobre cicatrizes e

 alguns dos modos que

 inventámos para nos

 protegermos da dor, mas

 também sobre a

 necessidade de sermos

 acolhidos e acariciados.

20 de dezembro de 2024

Os leitores do blogue

 Nas últimas 24 horas

Aqui 👇👇



Meu arroz de bacalhau

Na ementa de hoje resolvi incluir um arroz de bacalhau (uma das mil maneiras de cozinhá-lo).



Opina Ricardo Costa

 RECORTE DE IMPRENSA 



























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Nunca achei que é o dinheiro que move o mundo. Todos os anos, há acontecimentos políticos, sociais, tecnológicos, científicos ou culturais que transformam as nossas vidas, sem ligação direta aos mercados ou aos seus agentes. Mas andar sempre em direção contrária ao investimento e aos capitais disponíveis é uma quimera inglória.

Hoje, não há conversa sobre a Europa que não acabe numa sentença de lamento. O mercado único de capitais é uma ideia adiada. A regulação imensa e complexa.

Damos por nós a falar da Europa como Eça falava de Lisboa, nas “Prosas Bárbaras”: “Não quer alumiar, para não lutar; não quer pensar, para não sofrer.” Há um estranho desalento europeu, uma ideia de inexorável fatalidade, que faz mesmo lembrar essa Lisboa do século XIX, que, por não ter o que semear, “ressona ao sol”.

Opina Susana Peralta

 


Imigrantes, 50 anos depois


Ontem o dia acabou com as imagens indignas de um cordão de imigrantes encostados à parede pela polícia no centro histórico da capital; numa operação aparatosa que terá tido como resultado a “detenção de um homem na posse de uma arma branca e alguma droga”, segundo a Lusa. A imigração entrou de supetão no debate em Portugal, onde, apesar de o peso dos imigrantes na população ser muito inferior ao de outros países, o aumento recente foi muito rápido, de 590 mil em 2019 para 1 milhão em 2024.

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No Público 👈👈