3 de agosto de 2025
A Macarena está diferente
Jornal Sol (cultura)
José Cabrita Saraiva
2 de Agosto 2025
A Virgem Macarena (de Sevilha) está diferente.
Terá sido restaurada por um artista idoso e com peculiar sentido estético.
Opiniões
No Observador
|
| ||||||||
Quais são as responsabilidades que os patrocinadores do estado palestiniano vão assumir? E com quem? Temos o direito de saber. Porque um dia podemos estar no lugar de Israel: o de genocídio da razão. | |||||||||
|
| ||||||||
Está na hora de a Europa deixar de se dispersar por objectivos políticos cada vez mais numerosos. A alternativa é concentrar-se naqueles que poderão voltar a conferir-lhe poder e estatuto geopolíticos. | |||||||||
|
| ||||||||
O nosso desafio consiste em aceitar a nova reali- dade e mantermos a vida dos cafés ao mesmo tempo que lidamos sozinhos com a Rússia. Com a tragédia. Vai ser difícil, mas não necessariamente impossível. |
2 de agosto de 2025
Conjuro (poema)
Todo lo que no hiciste te obsesiona.
Mucho de lo que obraste te atormenta.
No te obsequia el olvido con su lenta
manera de borrar, no te ilusiona
saber que todavía te reserva
algo la incierta trama de los días:
asombros, cuerpos, sueños, rebeldías.
Pero no llegará jamás Minerva
a tu mente cansada si no puedes
en el remordimiento hallar la paz
y resistir a la sombra falaz
que con ficticio ayer teje sus redes.
Todo lo que no fue se irá perdiendo
y sólo importa ya seguir viviendo.
Hoje é de cação
A minha caldeirada de hoje é de cação. Não tem peles nem espinhas; ao centro tem cartilagem.
Opiniões
No Observador
|
| ||||||||
Nas escolas, as crianças usam o sexo como brincadeira, mimetizam-no, usam vocábulos “adultos” e até nos fazem perguntas atrevidas. Então, porquê fechar-lhes esta porta? | |||||||||
|
| ||||||||
Uma Educação Sexual de qualidade informa, esclarece, previne e protege. Não impõe ideias, nem substitui a família. |
Opina Ricardo Costa
Podemos hesitar nos substantivos, mas não mais do que isso. A resposta de Israel ao ataque bárbaro do Hamas era inevitável por tudo o que rodeou esse monstruoso momento. A recuperação dos reféns em cativeiro seria sempre feita até ao último nome, vivo ou morto. A guerra regional que se seguiu era menos evidente, sobretudo quando se estendeu ao Líbano, à Síria, ao Iémen ou ao Irão, mas compreensível para limitar ameaças futuras. A partir daqui começou o desastre, a tragédia ou a vergonha. Pode-se hesitar no substantivo, mas não mais do que isso.
Foi espantoso ver Donald Trump afirmar que há crianças a morrer à fome em Gaza e que isso não pode ser disfarçado. Sem rodeios nem patuá diplomático, o Presidente americano desmentiu e isolou Israel no seu delírio.
Em poucos dias, a decência diplomática francesa de reconhecer a Palestina passou de arrojo a obrigação. Londres já deu o passo seguinte. O Canadá idem. As chancelarias europeias vão segui-las inevitavelmente. A hesitação de Lisboa, mesmo com os avanços recentes, não tem defesa. Vai tarde, mas ainda a tempo de entrar no comboio dos que percebem que todas as linhas vermelhas da guerra foram ultrapassadas.
***
Testemunhos
Francesco Checchi
professor da London School of Hygiene & Tropical Medicine e perito em insegurança alimentar em zonas de conflito:
"o impacto em termos de desnutrição e mortalidade está decerto subestimado".
********
Rafh al-Elfari, mãe de uma menina que nasceu dias depois da invasão israelita da Faixa de Gaza:
“Há mesmo muita fome. Nunca vi tantas crianças subnutridas, e esta guerra já dura há muito. Estamos no colapso, não nos mexemos para poupar energia e calorias. Israel controla os terrenos agrícolas onde tínhamos os legumes, os locais onde criávamos animais e o mar onde pescávamos. O que é suposto fazer quando não entra quase nada em Gaza”, pergunta sem esperar resposta.
Recorte do Expresso
1 de agosto de 2025
Um livro, um poema
NOCTURNO DE POZOS
Tus pies descalzos en el arroyo,
la plaza y el sol que compartimos,
el amor que nos unió en lo esencial.
Los ojos haciéndose mundo,
una huella de fuego al inicio del camino
para crear un paisaje de esperanza.
El puñado de harina blanca depositada
en el fondo cristalino de un río manso,
como mensaje de emociones primerizas.
El miedo a no alcanzar los claros de luna
que has escrito bajo la nieve.
Así nuestra infancia.
O caso obscuro
Até os seus apoiantes não desistem de aprofundar o assunto.
Gaza (recorte de Imprensa)
A desumanidade em Gaza obriga o Ocidente a agir. A história deveria obrigar os israelitas a fazer o mesmo
Passou um ano e nove meses desde o ataque do Hamas a Israel. Nesse dia foram cerca de 800 os israelitas que perderam a vida, tragicamente, de forma desumana.
Depois disso, eis o que aconteceu: 60 mil palestinianos mortos, entre os quais mais de 16 mil crianças, e 145 mil feridos. O Governo de Israel arrasou escolas, hospitais, cidades inteiras, desalojou 1,9 milhões de pessoas, deixou todos à fome em Gaza. Tudo isto era já evidente há meses, pelo menos, mas hoje gera alarme universal.
Depois da II Guerra Mundial, um jovem químico que tinha sido detido e deportado para Auschwitz escreveu um livro sobre aqueles dias que lá viveu. O livro começava com um poema, que se lia assim:
“Vós que viveis tranquilos
Nas vossas casas aquecidas,
Vós que encontrais regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homem
Quem trabalha na lama
Quem não conhece paz
Quem luta por meio pão
Quem morre por um sim ou por um não.
Considerai se isto é uma mulher;
Sem cabelos e sem nome
Sem mais força para recordar
Vazios os olhos e frio o regaço
Como uma rã no inverno.
Meditai que isto aconteceu:
Recomendo-vos estas palavras.
Esculpi-as no vosso coração
Estando em casa, andando pela rua,
Ao deitar-vos e ao levantar-vos;
Repeti-as aos vossos filhos.
Ou então que desmorone a vossa casa, que a doença vos entreve, que os vossos filhos vos virem a cara.”
O autor destas palavras é Primo Levi e o livro chama-se “Se Isto É Um Homem”. É o que hoje, em agosto de 2025, nos devemos perguntar todos os dias.
***
Editorial do EXPRESSO
Opiniões
No Observador
![]() |
| ||
O tratamento dos estrangeiros vai ficar como uma das manchas mais graves na moral desta geração, e acontece numa nação de migrantes. |
![]() |
| ||
Não ter fogo é um objetivo impossível de atingir, ao persegui-lo estamos a agravar o problema. Então se vai arder mais tarde ou mais cedo, podemos é decidir de que forma, e é aí que está a diferença. |