17 de janeiro de 2025

O conforto afectivo e moral

 José Luis Peixoto 

Vivemos num individualismo muito cru. As pessoas são levadas a acreditar que a promoção do conforto físico e das aparências é o que mais conta. Existe uma desvalorização do conforto afectivo e moral. Existe a ideia errada de que podemos ser felizes sozinhos ou, pior ainda, contra os outros.

Dia de sol

 


Tudo no lugar


 

Opiniões

 No Observador 

Fotografia do Colunista
Djaimilia Pereira de Almeida

Dedicatórias (I)

A dedicatória é uma forma de 

reconhecer que a autoria real e 

moral de um livro raramente é 

individual.

Fotografia do Colunista
Rui Ramos

E os outros, sabemos o que pensam?

Dizem-nos que não sabemos o 

que pensa politicamente o 

almirante Gouveia Melo. 

É verdade. Mas, e os outros 

pré-candidatos presidenciais: 

sabemos o que pensam? 

Segundo Kafka

 


Opinião no Expresso

 Recorte de Imprensa 






















Escrevo do bairro gótico em Barcelona. Em 1931, da varanda da câmara municipal aqui à minha frente, Francesc Macià, vencedor das eleições autárquicas, proclamou a independência da Catalunha. A histórica declaração de 279 palavras já foi estudada por toda a gente de todas as formas. Mas há uma frase, logo no começo, que chama a atenção: Interpretant el sentiment i els anhels del poble que ens acaba de donar el seu sufragi, proclamo la República Catalana com Estat integrant de la Federació ibérica.

Ao defender a independência da Catalunha, Francesc Macià também era apologista da sua integração numa federação de estados ibéricos, com Portugal.

É um tema interditado em Portugal. Nenhum partido político defende o iberismo como bandeira. Nenhuma organização não governamental defende esta causa. Nenhum académico dá publicamente a cara pelo tema. Os nossos quase mil anos de história independente, os 150 castelos na fronteira que nos defenderam de Castela e Leão e a vileza com que Espanha uniu as duas coroas entre 1580 e 1640 despertam em nós um ardor patriótico. Eu, que cresci perto da fronteira pré-Schengen de costas voltadas para Espanha, sinto-o também. Uma união ibérica provoca-nos uma reação somática, com regurgitação, hematémese e vómito bilioso.

Mas durante todo o século XIX, os dois lados da fronteira discutiram uma integração económica, cultural e até política. 

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Mary Oliver (poetry)




































Mary Oliver (born September 10, 1935, Maple Heights, Ohio, U.S.—died January 17, 2019, Hobe Sound, Florida) was an American poet whose work reflects a deep communion with the natural world as well as a belief that poetry “mustn’t be fancy.” Oliver, who had a devoted following, was known for her use of plain language and accessible imagery. In 1984 she won a Pulitzer Prize for the collection American Primitive (1983).

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Outono


os carvalhos pretos

lançam frutos brônzeos

pra dentro de todos os bolsos da terra

            poc poc


eles se chocam com os umbrais

com o teto a calçada

enchem as calhas

            o fechamento


da velha canção dourada

do ano quase terminado

o que é a primavera toda aquela tenra

            coisa verde


comparada com esse

cair de pequenos carvalhos

de cima dos carvalhos

            aí as nuvens


acumulando-se grossas no oeste

aí avançando

aí fechando em volta

            rompendo ao meio


o silêncio

aí a chuva

atirando sementes de prata

            contra a casa


Tradução d'AQUI

Saulo Pessato

  Do Brasil 



16 de janeiro de 2025

Opina Daniel Oliveira

 RECORTE DE IMPRENSA 

















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Agora, é tempo para celebrar a interrupção do massacre, permitindo que o povo mártir de Gaza saia do inenarrável inferno em que vive há mais de um ano e receba o apoio humanitário que um mundo que se demitiu de todos os deveres lhe deve. É tempo para celebrar a libertação dos reféns criminosamente capturados pelo Hamas, que nunca estiveram nas prioridades de Netanyahu. Sabendo que a fatura virá a ser apresentada. Tem sido sempre. Não será seguramente diferente com Donald Trump.

RIP David

No PÚBLICO

Morreu David Lynch: buracos e donuts espalham-se pelo universo

Um post do facebook colocado pela família noticia o falecimento. O realizador — podemos chamar-lhe “surrealista”? — tinha 78 anos

RIP


Será verdade?

 


Capas de revistas






Noite (poesia)









NOITE

Tens doze anos. No máximo treze. 

Sais de casa pela porta dos fundos. 

Ainda há tempo. Prometeste 

não demorar e não te afastares. 


Um dia aprenderás os nomes das árvores. 

Bifurcas à esquerda antes do cume.  

Segues o caminho entre dois riachos. 

Eis Wool Clough. E Royd Edge. 


O cume ainda iluminado pelo sol. Mas 

já é noite. A noite persegue-te pela encosta acima. 

O crepúsculo passa os dedos pelos nós da tua coluna. 

Viras o calcanhar. De regresso a casa. 


O teu filho dorme na sua cama, grande demais para um berço. 

A tua esposa costura e conserta à luz de um candeeiro. 

Lamentas muito. Pensaste que ainda 

era cedo. Não sabes como ficou tão tarde. 


 SIMON ARMITAGE


Traduzido por Jorge Sousa Braga 

para o Lisbon Revisited: dias de poesia.

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Original 



Que sorte ?

 A sorte dá muito trabalho !




















Opiniões

 No Observador 

Fotografia do Colunista
Alexandre Borges

Como o extremista gosta de banana

A Rua do Benformoso é neste momento

o triste símbolo de um país onde 

operam redes de tráfico humano, 

auxílio à imigração ilegal, sobre-

lotação de habitações e pessoas a 

viver em condições desumanas.

Fotografia do Colunista
Bruno Bobone

Entre a realidade e a ideologia

Às vezes demora mais, mas desta 

vez a demagogia foi rapidamente

 ridicularizada.

São respeitáveis opiniões

 



Tantas interrogações

 























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Donald Trump é empossado na próxima segunda-feira e o mundo que acordar na terça-feira pouco terá a ver com o que se deitou no domingo anterior. É um facto, e é por isso inevitável recorrermos a esta hipérbole: o anúncio de Trump é o prenúncio de uma nova ordem mundial. 

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Pedro Candeias 
Expresso 

15 de janeiro de 2025

Belíssimos 80 anos

 

António Homem Cardoso

 Fotógrafo e escritor português



Charme, humor, lucidez e uma serenidade contagiante - neste artista de 80 anos que
nunca quis "ter patrão" ...

Até que enfim

 


O jogo mais belo do mundo

 Futebol  -  jogo mais belo do mundo












"Esperança" é a autobiografia do Papa Francisco, a primeira alguma vez escrita por um pontífice, com publicação mundial simultânea nas principais línguas e em mais de 80 países. «O livro da minha vida é o relato de um caminho de esperança que não posso imaginar separado do da minha família, da minha gente, de todo o povo de Deus. É também, em cada página, em cada passo, o livro de quem caminhou junto de mim, de quem nos precedeu, de quem nos seguirá», comenta o Papa Francisco na introdução do livro. «Uma autobiografia não é a nossa literatura privada, é mais o nosso saco de viagem. E a memória não é apenas o que recordamos, mas o que nos circunda. Não fala unicamente do que foi, mas do que será. Parece que foi ontem, mas afinal é amanhã».

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Notícia d'AQUI 👈👈


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