2 de fevereiro de 2023

Compaixão


Agora, que já passou um tempo sobre o acontecimento, atrevo-me a confessar: senti compaixão. Humilde e anónima, vulgar criatura que sou, senti compaixão, não pela Rainha, mas pela mulher, velha, débil e solitária que velava o corpo do marido morto, companheiro de vida de muitas décadas. 

Sempre pensei, e continuo acreditando que, nas horas da dor mais profunda e do medo mais inquietante,  estamos sempre sozinhos. 

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