Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
Florbela Espanca
Lembram-me minha tia, que amava a violetas. Essas eram as preferidas. Mais roxinhas, mais humildes, mais delicadas, e com perfume. Senti saudadesa fortes da minha querida tia e madrinha de batismo!
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