4 de agosto de 2023

Mundo Pós-Capitalista



"Com sorte, uma breve era digital terá sido substituída por uma cultura material híbrida, fundada em velhas e novas formas solidárias de viver e subsistir.” E continua: “Hoje, diante da crescente derrocada social e ambiental, compreendemos cada vez melhor que o quotidiano, a todos os níveis ofuscado pelo complexo internético, pisou uma fronteira de irreparabilidade e toxicidade.”

Para Crary, o complexo internético - subordinado ao poder das empresas transnacionais e de uma “elite multimilionária e sociopata” - é “motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social”. E a luta por uma sociedade mais igualitária que nos aguarda nos anos vindouros terá de passar, afirma ele, “pela criação de uma organização social e pessoal que rejeite o domínio do mercado e do dinheiro sobre a nossa vida em conjunto”, pela rejeição da solidão digital, pela redescoberta das necessidades coletivas, pela resistência ao “barbarismo” do ódio emanado do online.

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No Expresso 

Luciana Leiderfarb

Jornalista

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