15 de novembro de 2023

Crónica de um falhanço anunciado


Volto ao assunto COP28

COP28 acontece num petro-Estado - e é dirigida pelo CEO de uma petrolífera 

O anfitrião da Cimeira do Clima deste ano são os Emirados Árabes Unidos, o sétimo maior produtor de petróleo do mundo (o que não deixa de ser notável, atendendo a que possui uma população mais pequena do que Portugal). Um terço do orçamento dos Emirados tem, aliás, origem nos combustíveis fósseis. E o mestre de cerimónias é Ahmed Al Jaber, CEO da Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (ADNOC), a 11ª maior empresa de petróleo do mundo. O anúncio de que a COP28 seria presidida por Al Jaber foi recebido com protestos por parte de ambientalistas, e não só: mais de 130 eurodeputados e senadores e congressistas americanos assinaram uma carta aberta, endereçada a Ursula von der Leyen, Joe Biden e António Guterres, a exigir o seu afastamento. Outra carta, publicada no Financial Times e da iniciativa dos governos alemão e canadiano, pedia a Al Jaber que centrasse a COP na "eliminação progressiva" dos combustíveis fósseis. A sua resposta? "Reduzir gradualmente a procura e a oferta de todos os combustíveis fósseis é inevitável e essencial." A troca de "eliminação" por "redução" já não augura nada de bom quanto à direção dos trabalhos, mas um relatório das Nações Unidas, publicado a semana passada, mostra que nem a redução está no horizonte: os planos conhecidos dos países produtores de combustíveis fósseis até 2030 vão levar a uma subida da produção de mais 69% do que o necessário para manter o aumento da temperatura média global em 2ºC, o limite máximo admitido pelo Acordo de Paris. 
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