Na vida pública, há poucas coisas piores para chamar a alguém que "burocrata". Mas os casos dos últimos dias e dos últimos anos reforçam o valor que tem a burocracia, perante o amiguismo, a cunha, a informalidade, o improviso. Do datacenter de Sines às gémeas do Santa Maria, passando pelo novo-velho aeroporto de Lisboa ou pelo caso TAP/Alexandra Reis, o que une estes episódios é um voluntarismo que ignora as regras, com os resultados que se conhecem. O termo burocracia nasceu no século XVIII pela mão do economista francês Jacques Claude Marie Vincent de Gournay, que uniu a palavra francesa "bureau" - secretária ou escritório - e a palavra grega "kratos", que significa poder ou força. O grande impulso ao estudo e à promoção da burocracia como forma de organização política e funcional foi dado pelo alemão Max Webber, que elencou os principais méritos de um contexto burocrata. É um modelo baseado em regras e procedimentos escritos - um extenso e intrincado código de como se devem tomar as decisões e executá-las, incluindo quem é responsável por cada parte e cada fase do processo. Em bom português, a aplicação do ditado "cada macaco no seu galho". Weber contrapunha esta forma de estar na vida a um modelo informal, casuístico e no qual as relações de parentesco ou de poder social ditavam o desfecho, independentemente das regras e da lei.
Visão do Dia Tiago Freire ************** Todos detestamos o amiguismo, mas também a burocracia que tudo emperra e promove delongas/protela decisões, ninguém aguenta... Regras, sim, mas com eficácia. |
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