27 de abril de 2024

que a pele seja trigo (poesia)

 



Nasci para morrer contigo

a cama que tenho dou-te

meu amante meu amigo

não te vás fica comigo

esta noite toda a noite


Quero que a pele seja trigo

a ondular ao açoite

dos gemidos que te digo

meu amante meu amigo

nasci p´ra morrer contigo

esta noite toda a noite


A gaivota dos meus braços

foi feita para o teu rio

tuas pernas são meus laços

a tua boca dois traços

na boca que o espelho viu

Antonio Lobo Antunes

Sem comentários:

Enviar um comentário