Moontan [original e traduzido]
for Donald Justice
The bluish, pale
face of the house
rises above me
like a wall of ice
and the distant,
solitary
baking of an owl
floats toward me.
I half close my eyes.
Over the damp
dark of the garden
flowers swing
back and forth
like small balloons.
The solemn trees,
each buried
in a cloud of leaves,
seem lost in sleep.
It is late.
I lie in the grass,
smoking,
feeling at ease,
pretending the end
will be like this.
Moonlight
falls on my flesh.
A breeze
circles my wrist.
I drift.
I shiver.
I know that soon
the day will come
to wash away the moon’s
white stain,
that I shall walk
in the morning sun
invisible
as anyone.
Palidez lunar
para Donald Justice
A azulada, pálida
face da casa
ergue-se sobre mim
como uma parede de gelo
e o distante,
solitário
grasnar de uma coruja
flutua na minha direção.
Eu semicerro meus olhos.
Sobre a húmida
escuridão do jardim
flores balançam
pra frente e pra trás
como pequenos balões.
As árvores solenes,
cada qual enterrada
numa nuvem de folhas,
parecem mergulhadas no sono.
É tarde.
Eu repouso na relva,
fumando,
sentindo-me bem,
fingindo que o fim
será assim.
A luz da lua
cai sobre a minha carne.
Uma brisa
envolve os meus pulsos.
Eu vagueio.
Eu tremo.
Eu sei que logo
chegará o dia
para levar embora a mancha
branca da lua,
que eu irei caminhar
no sol da manhã
invisível
como todos.
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