6 de outubro de 2024

Gaivota (poesia)



Se uma gaivota viesse 

trazer-me o céu de Lisboa 

no desenho que fizesse, 

nesse céu onde o olhar 

é uma asa que não voa, 

esmorece e cai no mar.


Que perfeito coração 

no meu peito bateria, 

meu amor na tua mão, 

nessa mão onde cabia 

perfeito o meu coração.

***

Se ao dizer adeus à vida 

as aves todas do céu, 

me dessem na despedida 

o teu olhar derradeiro, 

esse olhar que era só teu, 

amor que foste o primeiro.


Que perfeito coração 

morreria no meu peito 

meu amor na tua mão, 

nessa mão onde perfeito 

bateu o meu coração.


Alexandre O'Neill

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