31 de outubro de 2024

não sujar o ar lavado

 


Embrenhei-me campos fora, sacudindo a lama

Com jeito para não sujar o ar lavado. 

No coração levo as fotografias retiradas do pó

Que cobre as coisas preciosas: 

Dos amores em que o poema nasce e se eterniza, 

Dos amigos que são a verticalidade de um mundo apodrecido,

De tudo o que faz deste caminho o meu caminho 

Desde que nada sirva de desculpa para não caminhar...

Nem vento nem chuva, nem calor nem frio... nada!...

Pois, como dizem os velhos lavradores deste chão: 

"O tempo espera-se no monte".


Manuel Maria Figueira 

"Raízes Invisiveis"

Sem comentários:

Enviar um comentário