" Um rio jorra entre o porão e o sótão da nossa vida:
leva dores e amores, nosso último riso há tanto tempo.
Mas numa curva qualquer, porque ainda respiramos,
tudo pulsa outra vez e brilha de ousadia
sabendo que temos pela frente
algum calor, e um rumor de águas na areia.
Passa no meio de nós,
entre o sonho do sótão e o medo dos porões,
o rio da vida:
que me leve para diante ainda uma vez,
e muitas, que venha até mim com sua água
turva ou clara de esperança,
toda a audácia e o fervor que pareciam idos. "
Lya Luft.
in: Canção do rio do meio.
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