20 de novembro de 2024

Poema de José Régio

 Pérola solta

Sem que eu a esperasse, 

Rolou aquela lágrima 

No frio e na aridez da minha face. 

Rolou devagarinho.... 

Até à minha boca abriu caminho. 

Sede! o que eu tenho é sede! 

Recolhi-a nos lábios e bebi-a. 

Como numa parede 

Rejuvenesce a flor que a manhã orvalhou, 

Na boca me cantou, 

Breve como essa lágrima, 

Esta breve elegia.



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