22 de novembro de 2024

Portas abertas à imigração



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Se quiser ser mesmo de esquerda, um partido ou intelectual de esquerda tem de olhar para os mais pobres e, por isso, tem de reencontrar a ideia de classe social que atravessa as tais caixinhas étnicas e identitáriaa. Os hispânicos, os negros, os asiáticos votaram em Trump porque não se veem como “hispânicos”, “negros” ou “asiáticos”, mas como working men; classe operária que une todas as cores de pele. Se a esquerda, que devia representar o universalismo, não compreende isto...

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A política de porta abertas sem perguntas (nem muros, nem portas) é algo do absoluto interesse das grandes empresas, sobretudo das empresas que nem sequer têm uma pátria óbvia porque são só uma app num telemóvel. Basta procurar nos think tanks libertários ou anarcocapitalistas como o Cato e vamos lá encontrar a defesa de uma política de imigração de portas abertas totais. Uma empresa como a Uber está interessada numa constante chegada de novos trabalhadores para assim impedir a sindicalização dos estafetas, por exemplo. Isto é muito fácil de compreender. Não é racismo, é a realidade económica. No Alentejo dos meus antepassados, os alentejanos odiavam os “ratinhos”, os beirões que desciam até à planície na época das searas, baixando assim o valor do trabalho dos locais.

Os salários das pessoas que têm os piores trabalhos (matadouros, limpeza, lixo, cozinhas, hotéis) não podem subir se estiverem sempre a chegar pessoas ainda mais pobres e disponíveis para aceitar os baixos salários.

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