16 de setembro de 2024

Leitores do blogue


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Este e outros silêncios

 
















Há este silêncio e vários outros. Que envergonham, porque "quem cala, consente".

Pode-se sempre escolher

Envelhecer com pessimismo ou com optimismo  - a escolha de cada um.


















Incêndios graves

Incêndios graves no centro do País. A atingir habitações e a cortar estradas. 






Que Setembro!

A previsão de temperatura hoje, para Lisboa, é de 34°C. 
A meio de Setembro.  😲
 

Opiniões

 No Observador 


Fotografia do Colunista
Dinis de Abreu

Quando a segurança mete folga…

Hospitais e escolas publicas,

tribunais, sistema prisional,

quartéis, tudo parece estar 

a funcionar “preso por 

arames”, enquanto Pedro 

Nuno Santos parece fingir 

que aterrou vindo de outra 

galáxia.

Fotografia do Colunista
Patrícia Fernandes

Os problemas da teoria da autodeterminação

A afirmação de que as 

mulheres não devem ser

discriminadas foi 

substituída pela ideia de 

que homens e mulheres 

são realmente iguais.

Fotografia do Colunista
Abel Mateus

Draghi: solução da crise existencial da UE?

Os políticos devem deixar 

de criar ilusões, pois os 

protestos sociais e resultados

 eleitorais não vão deixar de

 os castigar. Irá von der Leyen

 usar o relatório como 

 blueprint para as suas

 políticas?

15 de setembro de 2024

Já não há domingos



Já não há domingos

Todas as vidas gastei para morrer contigo.

E agora esfumou-se o tempo 

e perdi o teu passo para além da curva do rio.


Rasguei as cartas.

Em vão: o papel restou intacto.

Só os meus dedos murcharam, decepados.


Queimei as fotos.

Em vão: as imagens restaram incólumes

e só os meus olhos se desfizeram, redondas cinzas.


Com que roupa

vestirei minha alma

agora que já não há domingos?


Quero morrer, não consigo.

Depois de te viver

nem o enfim de um fim. 

Todas as mortes gastei

não há poente para viver contigo.


Mia Couto


in Idades Cidades Divindades

Que saudades

Havia plantas destas na entrada, na casa de meus pais. Que belas e bem cuidadas eram.

Tinha orgulho disso, minha Mãe. 





















Chuva de prata e avenca. Mas havia também coração de cera, alegria da casa e espargo.


SAUDADES, dos Pais,  da casa, das flores.❤


Entre flores murchas



Ficarei deitada entre flores murchas e molhadas 

como o pássaro que ignora estar caído e morto

 sobre pedras íntimas escorregadias de sal 

no chão de tábuas de um quarto crepuscular 

ou sobre as lajes nuas de uma praça onde se nasce e morre sem pausa e sem dor. 

Será talvez assim numa praça que não se atravesse nunca vagamente 

por estar finalmente a cumprir-se o oráculo 

ao dormir amante sobre o ventre de mãe 

da única alva de amor partilhada 

com cordas de chuva a rasgarem-me o dorso 

e a mesma violência de ritmo bendito com que me empurraste contra as tábuas da barcaça


há quatro séculos e um dia em Bruges. Era Setembro tanto faz.


Ana Margarida Falcão

Opiniões

 No Observador 

Fotografia do Colunista
Helena Matos

O país de papelão

Este Portugal de impostos 

máximos, serviços mínimos 

e funcionários em crescendo 

mas que estão sempre em falta 

ficou escancarado em Vale 

de Judeus.

Fotografia do Colunista
André Abrantes Amaral

Que Portugal queremos?

Podemos não querer a 

exigência a que obriga um 

país mais produtivo e mais 

rico. Mas a saída de tantos

portugueses que não 

conseguem um ordenado 

suficiente para uma vida 

razoável devia fazer-nos 

pensar

Fotografia do Colunista
Tiago de Oliveira Cavaco

Ouvir conversa alheia

Uma conversa não é boa 

só por ser conversa: há 

aquelas em que se mete um 

fim e é uma bênção.

Fotografia do Colunista
Miguel Tamen

O Barco da Neurose

Somos frequentemente

 atormentados pela ideia 

de resolver problemas de 

cima a baixo. A mesma 

atracção neurótica leva-nos 

a decidir no alto mar 

substituir todas as tábuas 

do casco ao mesmo tempo.

Questionar


Com fotografias de Spencer Ostrander – imagens a preto e branco dos cenários dos massacres, que Auster diz serem “fotografias do silêncio” -, o livro propõe uma incursão autobiográfica que desemboca na análise do fenómeno das armas nos EUA. “Os americanos são vinte e cinco vezes mais atreitos a levar um tiro do que os habitantes de outros países ricos e ditos avançados”, 
escreve Paul Auster afinando o tom, notando: “A diferença é tão grande, tão impressionante, tão desproporcionada em relação ao que se passa noutros lugares, que temos de perguntar porque será. Porque é que a América é tão diferente – e o que nos torna o país mais violento do mundo ocidental?” 


Luciana Leiderfarb
Expresso 

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Já foram colhidos

Abóboras e melões agora estão armazenados. E duram, duram...

Utilizáveis à la longue 👍




14 de setembro de 2024

sou tantas












Eu triste sou calada

Eu brava sou estúpida

Eu lúcida sou chata

Eu gata sou esperta

Eu cega sou vidente

Eu carente sou insana

Eu malandra sou fresca

Eu seca sou vazia

Eu fria sou distante

Eu quente sou oleosa

Eu prosa sou tantas

Eu santa sou gelada

Eu salgada sou crua

Eu pura sou tentada

Eu sentada sou alta

Eu jovem sou donzela

Eu bela sou fútil

Eu útil sou boa

Eu à toa sou tua.


Martha Medeiros 


Contemplar um musgo

Quer eu contemple um musgo, um cristal, uma flor, um escaravelho dourado; ou o céu povoado de nuvens, o mar com os contornos desprotegidos de suas dunas gigantescas, uma borboleta com suas nervuras de cristal, o recorte e as coloridas pinceladas de suas asas, e os arabescos e os desenhos ornamentais, e as doces, fascinantes, infinitas, palpitantes cores, ora fortes, ora suaves; — sempre que com os olhos ou qualquer sentido corporal contemplo uma parcela da natureza, todo absorto e magnetizado pela sua magia, e, por um momento, me entrego ao seu ser e à sua gratificante revelação; acontece então que, neste exacto momento, esqueço e afasto de mim todo o mundo cheio de cegueira e cobiça da miséria humana; e longe de pensar ou de dar ordens, em vez de acumular ou de guardar para mim, em vez de lutar ou de reorganizar, outra coisa não faço, naquela hora, senão “deslumbrar-me!’, como Goethe. E com este deslumbramento não me torno apenas irmão de Goethe e de todos os outros poetas e sábios. Não, sou também o irmão de tudo aquilo ante o qual me deslumbro, de tudo quanto experimento como um mundo vivo e palpitante: irmão da borboleta, do escaravelho, da nuvem, do rio, da montanha. Pois, por um instante, pela via do deslumbramento, vou-me afastando do mundo das separações, para penetrar no mundo da unidade, onde uma simples coisa ou criatura se volta para a outra e sussurra: “Isto és Tu”.

Hermann Hesse

Quase desconhecido

No ano passado (dia 29 de setembro), em Guimarães, no Arquivo Municipal, os vimaranenses tiveram a oportunidade de mergulhar no mundo literário de Guilherme de Faria com o lançamento do primeiro volume da coleção intitulada "Guilherme de Faria: Poesia". 



Oração a Santo António de Lisboa, vendida a favor da associação "Florinhas da Rua":


     Ó Santo que és dos maiores

     De Deus na graça eternal

     Cobre de bênção e flores

     A Terra de Portugal!


     Há tanto que já sofremos

     Da sorte o duro revés,

     E em miséria nos perdemos,

     Santo António português!


     O Reino que te foi berço,

     - Reino de Santa Isabel -

     Em sombras triste imerso,

     Num cativeiro cruel!


     Ó Santo, que a luz dos céus

     Doire as almas portuguesas

     Que, em sonhos maus e em tristezas,

     Andam perdidas de Deus!


     Que a luz do amor que trespassa

     As almas dos pecadores

     Para as subir, redivivas,

     Ao esplendor da eterna graça,

     Desça, em mil bênçãos e em flores

     De formosura imortal,

     Às nossas almas cativas

     Na Terra de Portugal!

Guilherme de Faria 

Dois tesouros

 Flores e Música 


💖Quem não ama ?💝

Tudo em ordem




 Nos locais habituais, tudo tranquilo. 

Opiniões

 No Observador 

Fotografia do Colunista
Paulo Ramos

Cícero e a nobilíssima arte de falhar

Agimos como seres impolutos,

olhamos com condescendência 

para os mais fracos, invocamos 

a seleção natural e esquecemo-

-nos de que nunca existiu, nem 

é suposto existir, vida sem erro.



Fotografia do Colunista
Miguel Pinheiro

Os deputados nunca devem ter sido assaltados

Na audição à procuradora-

-geral, os deputados só se 

preocuparam com matérias 

que incomodam políticos 

sob investigação. Já terão 

ouvido falar em 

assassinatos, em agressões 

ou em tráfico de droga?

Fotografia do Colunista
Alberto Gonçalves

Uma “story” de encantar

O que está em curso é um 

curioso processo de 

regressão civilizacional, 

que a retirada dos 

telemóveis das escolas 

talvez atrase em cinco 

minutos.

Fotografia do Colunista
Jaime Nogueira Pinto

A América dividida e que nos divide

Apesar de tudo, não parece 

que o debate tenha tido 

grande efeito sobre o 

eleitorado, mantendo-se os 

candidatos muito próximos, 

quer na totalidade da massa 

eleitoral, quer nos Estados 

decisivos.

À moda antiga





Era muito comum nas casas portuguesas.