NOITE
Tens doze anos. No máximo treze.
Sais de casa pela porta dos fundos.
Ainda há tempo. Prometeste
não demorar e não te afastares.
Um dia aprenderás os nomes das árvores.
Bifurcas à esquerda antes do cume.
Segues o caminho entre dois riachos.
Eis Wool Clough. E Royd Edge.
O cume ainda iluminado pelo sol. Mas
já é noite. A noite persegue-te pela encosta acima.
O crepúsculo passa os dedos pelos nós da tua coluna.
Viras o calcanhar. De regresso a casa.
O teu filho dorme na sua cama, grande demais para um berço.
A tua esposa costura e conserta à luz de um candeeiro.
Lamentas muito. Pensaste que ainda
era cedo. Não sabes como ficou tão tarde.
SIMON ARMITAGE
Traduzido por Jorge Sousa Braga
para o Lisbon Revisited: dias de poesia.
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Original
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