30 de julho de 2024

Se alguém perguntar (poesia)

Poetisa da grande solidão 











Se um dia alguém perguntar 

Quem sou eu, não diga nada 

Ou diga apenas que eu sou 

O silêncio da madrugada


Ou diga que sou a brisa 

Que nunca ninguém sentiu 

Diga que sou uma canção 

Que nunca ninguém ouviu


Diga que eu sou uma flor 

Em que ninguém reparou 

Diga que sou o ardente sol 

De que ninguém sentiu o calor


Diga que sou brilhante lua 

De que ninguém viu o brilho 

Diga que sou uma sereia 

De que ninguém ouviu o canto


Diga que sou o grão de areia 

Que nunca ninguém pisou 

Diga que sou uma princesa 

Que o seu príncipe nunca achou


Diga que sou um poema 

Que ninguém interpretou 

Sou aquela que na multidão 

Sempre sentiu solidão


Autoria desconhecida 


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