Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
Paulo Leminski
Como um rio correm os dias e este espaço é uma margem onde deito pedrinhas à água.
Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
Paulo Leminski
Primeiras projecções dão a vitória ao Partido Democrata, mas por pouco. Apesar da queda, Partido da Liberdade, do populista de extrema-direita Geert Wilders, ainda disputa a vitória.
OBSERVADOR
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“É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida por criminosos: com bombas lançadas por drones. Esse é o tamanho do desafio que enfrentamos. Não é mais crime comum, é narcoterrorismo", escreveu nas redes sociais o governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
No Observador
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Foto do Expresso
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Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te ao meio da noite
A treva tudo cobria
Levaram-te ao meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite, numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia
Ai, dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Ai, dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
Ao menos ouves o vento
Ao menos ouves o mar
Ao menos ouves o vento
Ao menos ouves o mar
Poema: David Mourão Ferreira / Alain Robert Bertrand Oulman: música
Javier Milei ganhou as eleições, e com 40%. Os peronistas, que tal como os Bourbons de Talleyrand não aprendem nada e não esquecem nada, perderam. Isto, depois de Milei ter atravessado vários escândalos e ter perdido eleições intercalares. Milei é um populista provocador e ávido de atenção e pretende retirar a Argentina do buraco financeiro que sucessivos resgates nunca conseguiram sanear. O que o distingue de Trump e de outros populistas é uma formação académica económica e o facto de ter uma teoria para as políticas e as reformas que quer levar a cabo. O que não o distingue dos outros chefes em versão Tapioca e Alcazar da América do Sul é a propensão para confiar em familiares, neste caso uma irmã com reputação de Lady Macbeth, e a propensão para a habitual corrupção e negócios mal explicados com a oligarquia do dinheiro sul-americano.
O povo não aprende, dirá a esquerda sempre zangada com o povo que perdeu, não apenas na Argentina, em todo o lado, mas décadas de governos de esquerda, também populistas e quase sempre ditatoriais, demonstraram a vacuidade de políticas de falsa distribuição de rendimentos e de justiça social que mais não fizeram do que enriquecer clãs e aliados. E destruir as economias.
Ao cabo de anos em que se interessou pela América do Sul, e no tempo das ditaduras sangrentas acolheu refugiados políticos e imigrantes, protegeu intelectuais e influiu ou tentou, sem êxito, influir em resultados eleitorais democráticos, a Europa, ou União Europeia, distingue essa região imensa onde manteve impérios com total desinteresse. Por projeto e determinação da Alemanha e do interesse estratégico e geopolítico, o seu Lebensraum, a União Europeia só se preocupa e só investe no leste do continente, ignorando os movimentos sísmicos de países tão importantes como o Brasil, a Argentina, a Venezuela, o Peru, a Colômbia, o Chile, ou os pequenos países como a Nicarágua e a Bolívia, onde a diplomacia europeia nunca cuidou de saber o que se passava.
No Observador
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É uma ilusão pensar um futuro melhor para Portugal sem imigração. Precisamos, mais do que chavões sonantes, de políticos capazes de equilibrar a raciona- lidade das políticas com o dever de acolher. | |||
Puerta en un bosque
Quise domar a la libertad
para hablarle a la naturaleza
de normas ridículamente humanas
Quise volar sobre el orbe
para creerme un ave fénix
de cenizas extremadamente débiles
Y lo que de verdad fui…
fue un iluso soñador que quiso
poner una puerta en un bosque
No Observador
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Putin olha para a Ucrânia e a Europa da mesma forma que Pedro, o Grande, olhou para a Suécia durante a guerra de 1700-1721
No domingo, Donald Trump afirmou que um cessar-fogo terminaria rapidamente a guerra da Rússia contra a Ucrânia: “O melhor é deixar as coisas como estão. Podem negociar depois ao longo da linha [da frente]. Vão para casa. Parem de combater e matar gente.” Moscovo depressa rejeitou esta proposta. Terça-feira, Marco Rubio e Sergei Lavrov concluíram que as diferentes posições da Casa Branca e do Kremlin sobre o futuro de Kyiv recomendavam o adiamento da anunciada cimeira de Trump com Vladimir Putin em Budapeste. A guerra russo-ucraniana continuará. Porquê?
O problema de Trump tem sido a sua ignorância histórica, preguiça intelectual e a firme convicção de que a política internacional é coisa simples. Acredita que as relações pessoais, especialmente quando envolvem líderes fortes, permitem obter de forma rápida resultados decisivos. O Presidente dos EUA precisa de manter o apoio de um crescente grupo de senadores republicanos que o acusam de fraqueza perante Putin e de continuar a explorar a possibilidade de reatar relações económicas com a Rússia. Ao mesmo tempo, Washington quer continuar a dar apoio a Kyiv e às principais capitais europeias.
Em circunstâncias normais, tudo isto exigiria imenso tempo, atenção e decisões consistentes de Trump e da sua Administração sobre um tema muito complexo. Tal continua a não acontecer. Washington é a capital dos impulsos e dos ziguezagues.
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23 outubro 2025
No Observador
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Intelectualmente falidos, com uma organização decrépita e deserta de gente com capacidades de liderança, o BE aproxima-se do fim que vaticinou aos comunistas. | |||||||||
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Confesso que gostei quando a pandemia de há cinco anos fez o mundo parar e quase todos os projectos de viagens arderam. Nessa medida, fui um homem feliz no covid. Às vezes dá-me uma saudade... | |||||||||
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Há 40 anos o país estava a sair de um processo revolucionário. Agora está a entrar num processo de transformação. Portugal não precisa de um Presidente que faça as pazes, mas que indique um caminho. | |||||||||
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Tal como as ovelhas são o desespero dos pastores, os pensamentos, ou as sensações, metem medo à alma. Precisam assim de guardadores. | |||||||||