26 de outubro de 2025

Opinião no Expresso

Putin olha para a Ucrânia e a Europa da mesma forma que Pedro, o Grande, olhou para a Suécia durante a guerra de 1700-1721

No domingo, Donald Trump afirmou que um cessar-fogo terminaria rapidamente a guerra da Rússia contra a Ucrânia: “O melhor é deixar as coisas como estão. Podem negociar depois ao longo da linha [da frente]. Vão para casa. Parem de combater e matar gente.” Moscovo depressa rejeitou esta proposta. Terça-feira, Marco Rubio e Sergei Lavrov concluíram que as diferentes posições da Casa Branca e do Kremlin sobre o futuro de Kyiv recomendavam o adiamento da anunciada cimeira de Trump com Vladimir Putin em Budapeste. A guerra russo-ucraniana continuará. Porquê?

O problema de Trump tem sido a sua ignorância histórica, preguiça intelectual e a firme convicção de que a política internacional é coisa simples. Acredita que as relações pessoais, especialmente quando envolvem líderes fortes, permitem obter de forma rápida resultados decisivos. O Presidente dos EUA precisa de manter o apoio de um crescente grupo de senadores republicanos que o acusam de fraqueza perante Putin e de continuar a explorar a possibilidade de reatar relações económicas com a Rússia. Ao mesmo tempo, Washington quer continuar a dar apoio a Kyiv e às principais capitais europeias.

Em circunstâncias normais, tudo isto exigiria imenso tempo, atenção e decisões consistentes de Trump e da sua Administração sobre um tema muito complexo. Tal continua a não acontecer. Washington é a capital dos impulsos e dos ziguezagues.

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23 outubro 2025

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