2 de abril de 2025

Recorte de Imprensa - opinião

 


***

Um primeiro-ministro (António Costa) demite-se por estar sob suspeita. Um Governo de maioria absoluta cai. Um Presidente da República convoca eleições. O primeiro-ministro demitido é eleito Presidente do Conselho Europeu. O novo primeiro-ministro fica sob suspeita, em versão mais difusa mas persistente. Não se demite, mas concorda com Costa que não é possível governar sob suspeição. O Presidente da República faz-lhe a vontade e convoca eleições. Para o português médio, que o que quer é melhores salários, menos impostos, mais casas, menos barracas, melhor saúde, mais segurança e menos chatices, nada disto faz sentido. Não sendo expectável que Montenegro, caindo, vá para um alto cargo na Europa, não é impossível que o percurso de Costa leve o cidadão comum a achar que chega de desperdícios. Se a Justiça anda há mais de dez anos às voltas com Sócrates, se não ata nem desata o parágrafo que tramou Costa, e se nem sequer ouviu Albuquerque, que após o raide da PJ soma e segue na Madeira, talvez seja precipitado achar que o "inquérito preventivo" anunciado por Amadeu Guerra à Spinumviva e a investigação ao caso do cimento da casa da família Montenegro (a do Norte, porque a de Lisboa, que juntou dois andares sem pré-aviso à câmara, já passou) possa vir a dar para grandes revoluções.

***

Sem comentários: