Corpos cansados, agendas sobrecarregadas e uma ansiedade difusa tomaram conta do quotidiano. Não é só o tempo que nos falta: é o espaço para vivê-lo fora da lógica produtiva.
Vivemos uma sensação constante de pressa, como se o tempo nos escorresse por entre os dedos. É um problema social?
É um problema social. As pessoas podem não ter noção da relação direta que existe, mas o burnout não é mais do que isso. O corpo dá sinais de que não consegue responder às exigências. É gravíssima esta dessincronização e falta de compatibilidade de ritmos. Falamos no mundo do trabalho, mas também há uma componente individual e familiar. O ritmo da máquina é um ritmo contínuo. O e-mail, o whatsapp está sempre a funcionar. O ritmo corporal tem necessidade de pausas.
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Emília Rodrigues, socióloga, professora e investigadora da Universidade do Minho
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