Como Vito Corleone no filme “O Padrinho”, Trump fez uma oferta a Netanyahu que este não pode recusar.
Espantoso. Em apenas 72 horas de negociações indiretas em Sharm el-Sheikh, no Egito, as delegações do Hamas e de Israel chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo em Gaza e a troca de reféns israelitas e prisioneiros palestinianos. Nada disto foi possível durante os últimos dois anos. Porquê agora?
O primeiro facto a ter em conta é Donald Trump. Um dos seus grandes objetivos políticos continua a ser a integração comercial, energética e financeira do Médio Oriente. Um dos objetivos do Hamas a 7 de outubro de 2023 foi parar o processo de reaproximação entre as monarquias árabes sunitas e Israel após a assinatura dos Acordos de Abraão em 2020. O colapso do regime de Assad na Síria, o sucesso das campanhas militares de Israel contra o Hezbollah e o Irão e a destruição das capacidades militares do Hamas em Gaza aumentaram as tentações unilateralistas do Governo de Benjamin Netanyahu.
Do ponto de vista de Trump, tal pôs em risco os seus interesses pessoais e estatuto político como um estadista em termos internos e externos.
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