15 de outubro de 2025

Nem sempre está tudo bem

 


Evitar o sofrimento é um ato instintivo que integra a experiência humana. Do mesmo modo que tendemos a fugir daquilo que nos ameaça, procuramos proteger aqueles que amamos das palavras que anunciam desconforto e das emoções difíceis. Mas, por que é que resistimos aos sentimentos que incomodam, como a tristeza ou a desilusão? Porque somos confrontados com a vulnerabilidade humana e esta assusta.

Estar sempre bem é perder a natureza humana. Negar aquilo que magoa retira-nos a capacidade de empatia, enfraquece a resiliência face às adversidades, aumenta a intolerância ao desconforto e dificulta o desenvolvimento da autocompaixão.

Reconhecer, normalizar e acolher o sofrimento como parte de nós não significa renunciar à alegria ou ao otimismo, mas sim abrir espaço para que todas as emoções convivam, sem culpa ou vergonha. É no acolhimento e na aceitação emocional, não no evitamento, que reside a possibilidade de dar sentido à nossa experiência. Só assim poderemos escutar, verdadeiramente, as nossas feridas e a dos outros.

No Público  👈👈

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