10 de outubro de 2025

Um outro Nobel da Paz

 


ANWAR SADAT

Presidente do Egito entre 1970 e 1981. Venceu o Nobel da Paz em 1978, aos 60 anos.

Justificação. Sadat recebeu o Nobel “por ter negociado conjuntamente a paz entre o Egito e Israel em 1978”. Os Acordos de Camp David, mediados pelo Presidente Jimmy Carter, levariam à assinatura do Tratado de Paz israelo-egípcio, a 26 de março de 1979, na Casa Branca, com o qual o Egito se tornou o primeiro país árabe a reconhecer Israel. Em troca, Israel devolveu a Península do Sinai, conquistada na guerra de 1967. A normalização da relação diplomática valeu o Nobel também ao primeiro-ministro israelita Menachem Begin.


Reação. No mundo árabe, a paz com Israel foi recebida como uma traição à causa palestiniana. Tanto assim foi que a Liga Árabe suspendeu o Egito durante dez anos, até 1989. Mas quem pagou o preço maior foi Sadat. A 6 de outubro de 1981, enquanto assistia a uma parada militar, no Cairo, foi assassinado por extremistas afetos à Jihad Islâmica Egípcia, infiltrados no desfile, que se opunham àquela paz.


Curiosidade. Antes de aceitar a paz, Sadat empenhou-se na guerra contra Israel. Militar de carreira e com experiência no campo de batalha, contra o domínio britânico do Egito, durante a II Guerra Mundial, ele foi um dos arquitetos do ataque surpresa a Israel, no Yom Kippur de 1973. Aquela que foi a quarta guerra israelo-árabe devolveu o orgulho aos egípcios, humilhados pela Guerra dos Seis Dias (1967) e pela perda do Sinai, e colocou Sadat numa posição mais digna para fazer a paz com o inimigo. Em 1977, ele fez uma inédita e polémica visita a Israel, a que se seguiram as negociações de Camp David. Ironicamente, o desfile militar a que assistia quando foi morto comemorava a guerra de 1973 que o tornou um herói dos egípcios.


Fonte: Expresso 

Sem comentários: