Normalmente, associamos o nome de Dostoiévski a romances densos e longos, como O Jogador, Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov, cuja leitura nos absorve durante dias ou semanas. Mas a sua abundante obra literária também inclui ensaios e contos, como o inacabado O Crocodilo, que agora chega em mais uma cuidada tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra. É um livro que se lê num par de horas, mas que depois nos acompanha, em pensamento, durante muito mais tempo, pela forma como nos desperta, nos intriga e nos suscita várias reflexões: sobre a vida, o individualismo, o valor do dinheiro, as diferentes conceções de progresso, o poder da burocracia e as relações humanas. Tudo começa com um homem a ser engolido por um crocodilo - e o que se passa a seguir está longe, muito longe, do que poderíamos imaginar...
Rui Tavares Guedes
Visão do Dia
Sem comentários:
Enviar um comentário