20 de maio de 2025

Recorte do Expresso















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Faço parte de um grupo de pais órfãos. Os nossos filhos emigraram para o estrangeiro com os diplomas. Uma geração altamente qualificada por universidades portuguesas, públicas e privadas, e estrangeiras para os mestrados. Estão em Londres, Nova Iorque, Singapura, Xangai, Hong-Kong, São Paulo, Milão, Madrid. Ou na Alemanha e na Suíça, para onde já emigram brasileiros com a nacionalidade portuguesa que aqui não vingaram. Nenhuma desta população itinerante regressará a Portugal, onde não tem futuro. Os pais órfãos envelhecem longe dos filhos, amargurados. Privilegiados ou não, emigrantes de luxo ou não, as famílias separaram-se e a coesão social sofre danos. Portugal não trata bem os velhos. O imigrante empurra a cadeira de rodas.

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