RECORTE DE IMPRENSA
Nada no Médio Oriente é simples e tudo é cruelmente bíblico. As consequências são sempre devastadoras.***
Antes de 1991, Rumsfeld foi apertar a mão do aliado Saddam Hussein contra os ayatollahs, por ocasião da guerra Irão-Iraque que acabou com Khomeini a engolir um “cálice de veneno”, a paz em 1988, pondo termo ao sacrifício de milhões de soldados iranianos. Uma juventude dizimada durante oito longos anos. Em 1991, Rumsfeld assistiu à primeira guerra do Golfo e à entrada dos americanos na guerra para defender o Kuwait da invasão de um Saddam enlouquecido com o poder absoluto. A América desembarcou as tropas na Arábia Saudita. A consequência das tropas na Arábia Saudita solidificou no 11 de Setembro, e na emergência de Osama Bin Laden, que se juntara aos talibãs no Afeganistão, mujahidin que a América armara e financiara contra a invasão soviética em 1979.
A guerra de 1991 parou às portas de Bagdade, por desejo do primeiro Presidente Bush e para impedir a deposição do regime. O regime oprimiu, torturou e matou os xiitas do Iraque, em minoria. Em 2003, o segundo Presidente Bush qualificou o 11 de Setembro como uma consequência indireta do primado de Saddam, acusado de ter armas de destruição maciça. E decidiu finalizar o trabalho do pai e “libertar” o Iraque. Ao cabo de anos de guerra que fizeram do país terra queimada, o xiismo iraquiano ficou no poder sob influência do Irão. As bases americanas ficaram. Lentamente, o país estava a sair de décadas de crises e atentados, uma instabilidade sangrenta que por sua vez gerara o Estado Islâmico ou ISIS e a maior vaga de terrorismo que a Europa conheceu. E a revolta síria. Entretanto, a América retirou do Afeganistão de um dia para o outro, e Biden tentou apagar a humilhação com o belicismo da guerra da Rússia com a Ucrânia, sucumbindo à velha tentação americana, a mudança de regime. Plus ça change...
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A continuação desta crónica analisa à lupa e com grande clarividência, os acontecimentos do Médio Oriente e as personalidades e anseios de Trump e Netanyahu.
É imperdível.
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