Mais de duzentos cães que receberam mais de duzentos abraços de um homem com lágrimas nos olhos por poder festejar com tantos e tantos em vez de juntar a família mais restrita à volta de uma mesa. Uma família muitíssimo menor do que todos os que já partiram.
Os pais e avós que pareceram ter morrido numa outra vida.
A sua mulher.
Dois filhos.
Os irmãos.
Os amigos, todos os amigos mais íntimos.
O envelhecimento traz a maravilha de estar aqui, mas em troca assegura uma ruidosa presença da ausência dos que morreram.
Robert, o senhor reitor de Santo António, professor uma vida e amante de cães, pôde festejar os seus 100 anos com amigos que simbolicamente representaram todos os que, ao longo da sua vida, marcaram presença sem exigir nada em troca.
Cães que tiveram de dividir ossos e guloseimas, mas que não pareceram nada importados com isso. E que à saída se despediram de Robert como só os amigos se despedem.
Uma história que me comoveu e me fez lembrar de agosto e das férias de pessoas que não são bem pessoas.
Porque um cão ou um gato pode ser um milagre numa vida. Um cão ou um gato pode transformar-nos no que achamos não ser possível mudar em nós.
Muitos parabéns, caro Reitor.
TSF --> LUIS OSÓRIO <----AQUI
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