As rabanadas que vão ser polvilhadas com açúcar e canela. Há quem ponha molho de vinho do Porto com mel ...
Para manter a tradição cá de casa - faço no Natal e no Ano Novo.
Como um rio correm os dias e este espaço é uma margem onde deito pedrinhas à água.
As rabanadas que vão ser polvilhadas com açúcar e canela. Há quem ponha molho de vinho do Porto com mel ...
Para manter a tradição cá de casa - faço no Natal e no Ano Novo.
Moon River, wider than a mile:
I'm crossin' you in style someday.
Old dream maker, you heartbreaker,
Wherever you're goin', I'm goin'your way.
Two drifters, off to see the world.
There's such a lot of world to see.
We're after the same rainbow's end,
Waitin' round the bend,
My huckleberry friend,
Moon River and me.
No Observador
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Este ano cumpriu 40 anos de vida literária, desde que se revelou na primeira edição do 'Anuário de Poetas não Publicados' da Assírio & Alvim, em 1984.
A sua obra inclui títulos como 'O Poeta de Pondichéry', 'Manhã', 'Bandolim', 'Estar em Casa', 'Dias e Dias' e 'Choupos'.
Este ano reuniu a sua obra em 'Dobra' (2024), numa edição com poemas inéditos.
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Os temas do quotidiano, principalmente femininos e domésticos, são tratados com humor e auto-ironia, candura e crueza, inteligência e intencionalidade: «há sempre uma grande carga de violência, de dor, de seriedade e de santidade naquilo que escrevo». É Adília, católica praticante que por vezes transporta uma profunda religiosidade para o que escreve, que se define a si própria como «tímida desenrascada» ou «freira poetisa barroca».
Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido, acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha,
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir nasce de vez para a vida.
Manuel (Lopes) da Fonseca
"Poemas Dispersos"
É bom que cada dia me traga alguma experiência nova ou ensinamento. Sinto-me grata à vida quando isso acontece.
Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.
Aventureiros já sem aventura
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.
Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido
os loucos, os fantasmas somos nós.
Rebanho pelo medo perseguido
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido.
ALEXANDRE O'NEILL
Poemas com endereço (1962)
Assustador, é a minha resposta.
Não acredito no bom senso de muitas pessoas poderosas que regem destinos alheios.
Não acredito que a IA seja sempre utilizada com ética.
Proliferam a fome, as guerras, a repressão e as catástrofes naturais.
Desejar bom ano novo podemos sempre. Mas acreditar nisso "são outros vinte e cinco" ...
No Observador
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As gulodices deste fim de semana: azeitonas, mista de frutos secos e uns camarões.
Não são coisas de todos os dias ...
Só às vezes . 😝
Djaimilia Pereira de Almeida
O processo de procura de casa em Portugal tornou-se algo mais do que encontrar um lugar para viver — para lá de traços acerca de quem procura, revela muito sobre aquilo em que se transformou o país.
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Há telefonemas, visitas, ofertas, contra-ofertas, obras imaginárias, orçamentos, sonhos, arrelias, melancolia. A investigação imobiliária tornou-se mais do que um passatempo, menos do que uma profissão.
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Ainda que procure, de facto, por uma casa. Interessam-me, por outro lado, os aspectos políticos e económicos da busca, no que ela tem de comum. Vim aprendendo muito sobre localizações e preços, sobre aquilo que as pessoas têm nas suas casas, que observo e absorvo, casas sobre as quais especulo e nas quais me projecto, imaginando como seria a vida ali. Hoje não sei se vejo casas, se as leio. Muitas estão vazias e há cada vez mais casas preparadas para o anúncio, e é muito raro haver livros. Mas ainda aparecem casas que ninguém se deu ao trabalho de arrumar para a fotografia e são as mais interessantes. Fitam-nos de robe e pijama, despenteadas. Então, imagino como desarrumaria eu certa casa, se nela vivesse, onde poria a mesa ou o sofá, o que faria com tantos quartos, ou com tão pouco espaço, que tipo de vizinhança haveria, e passo à seguinte.
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O livro começa antes, na queda da monarquia e no advento da Primeira República, contextualizando a implantação do Estado Novo. Logo aí, em 1901, os primeiros refugiados foram bóeres vindos da África do Sul. Entre 1914 e 1918, a Grande Guerra provocou outra vaga de refugiados, assim como a Guerra Civil russa e o genocídio arménio. Seguiram-se os espanhóis na Segunda República, os refugiados judeus e não judeus dos anos 1930 e 40, e por fim aqueles que no rescaldo daquela tragédia ficaram sem pátria no pós-guerra, a vaguearem numa Europa despedaçada. “Portugal, um país pequeno, pobre e isolado, mas também o mais ocidental da Europa, esteve na rota de muitos destes refugiados ao longo de todo esse século, e os vários regimes políticos vigentes durante esse período viram-se confrontados com a presença de estrangeiros (...)”
Luciana Leiderfarb
Jornalista - Expresso
O Presidente brasileiro Lula da Silva lançou em Brasília, o programa “Periferia Viva”, que prevê a urbanização das favelas das grandes cidades.
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É o Brasil fraturado dos que pouco ou nada têm, que sobrevivem de sandália no pé e sol na cabeça, e sofrem na pele, na barriga e no bolso o racismo e o classismo de um país historicamente marcado por profundos contrastes sociais.
O ‘planeta fome’ da favela
É o “planeta fome”, nome cunhado por Elza Soares, de uma fatia generosa de povo brasileiro que vive na pobreza, sem oportunidades e que só tem lugar na favela.
São os favelados, os que são tratados como lixo pela sociedade que vive no luxo dos condomínios.
E este “Periferia Viva” é um sinal importante de transformação social, um compromisso político de levar dignidade aos mais vulneráveis e estigmatizados.
Lula comoveu-se, a garganta secou, ao anunciar a medida. Chamou ao momento o “encontro dos invisíveis”, ao lançar um programa que visa urbanizar as favelas. E declarou que aquele era o dia em que “a periferia do seu país se tornara visível para o governo e para a sociedade.”
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Em Portugal também, sobretudo em Lisboa e Porto, há cidades dos invisíveis.
No Observador
André Abrantes Amaral
Portugal daqui a 25 anos
É importante fazer esta análise no momento que entramos no último ano do primeiro quartel do século pois, nestes últimos 25 anos, não fizemos mais que correr atrás do prejuízo.
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Tiago de Oliveira Cavaco
O ABC de 2024
Mais de metade da nossa vida na internet é seguir a zaragata que se segue. Somos a geração Z de zaragata. A pessoa que quiser escapar dela será acusada de não ser suficientemente pessoa.
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Miguel Tamen
Ver a vida
Quem examina a vida examina geralmente a sua vida. Examinar a vida dos outros, com a continuação, acaba por cansar um pouco.
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Pavlo Sadokha
Nesta guerra, só haverá um vencedor
Tanto a Rússia quanto o Ocidente se encontram numa posição sem compromissos. Ou o regime político na Rússia muda, ou as fronteiras na Europa começarão a mudar.
É tempo de balanço e resoluções para o futuro .
E tanto se repete de um ano para outro - tanto ficou por concretizar e/ou alterar do planeado no ano anterior...
Imperfeições!