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Nunca achei que é o dinheiro que move o mundo. Todos os anos, há acontecimentos políticos, sociais, tecnológicos, científicos ou culturais que transformam as nossas vidas, sem ligação direta aos mercados ou aos seus agentes. Mas andar sempre em direção contrária ao investimento e aos capitais disponíveis é uma quimera inglória.
Hoje, não há conversa sobre a Europa que não acabe numa sentença de lamento. O mercado único de capitais é uma ideia adiada. A regulação imensa e complexa.
Damos por nós a falar da Europa como Eça falava de Lisboa, nas “Prosas Bárbaras”: “Não quer alumiar, para não lutar; não quer pensar, para não sofrer.” Há um estranho desalento europeu, uma ideia de inexorável fatalidade, que faz mesmo lembrar essa Lisboa do século XIX, que, por não ter o que semear, “ressona ao sol”.
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