9 de julho de 2024

A entrevista da PGR

Opinião 



Lucília Gago encontrava-se cercada, atacada por comentadores, por políticos e por políticos/comentadores, e por cidadãos que se juntaram em manifestos a exigir respostas e contas prestadas em variadíssimos temas. A Influencer. A Madeira. A hierarquia. As escutas. Os megaprocessos.


A Procuradora-Geral da República (PGR) tomou finalmente a única decisão sensata que tinha à disposição para tentar arrefecer a temperatura: falar. Lucília Gago aceitou assim ir ao Parlamento esclarecer algumas dúvidas, ainda que as entrelinhas da Justiça a impeçam de falar de casos em concreto, por ainda estarem sob investigação; resta, portanto, o tema da hierarquia e da independência dos procuradores do Ministério Público (MP).

Uma subtileza: Lucília Gago avisou que só se apresentaria na Assembleia da República uma vez publicado o relatório de atividades do MP de 2023, pelo que isto só aconteceria depois de 10 de setembro. Mas tudo bem, quem tinha esperado meses e meses, poderia aguentar um verão.

Só que, inesperadamente, Lucília Gago antecipou-se: na sexta-feira passada, a RTP anunciou que esta segunda-feira iria entrevistar a Procuradora-Geral da República depois do telejornal. Marques Mendes, na SIC, achou “estranha” esta estratégia de Lucília - não foi o único a criticá-la - que durante os seis anos em que está no cargo abriu curtíssimas exceções para falar - e dizer muito, muito pouco.

Pedro Candeias 
Expresso Diário 

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