11 de julho de 2024

Ilhas de Bruma (Açores)

 


Ainda sinto os pés no terreiro, 
Que os meus avós bailavam o pezinho 
É que nas veias corre-me basalto negro 
E na lembrança vulcões e terramotos.


Por isso é que sou das ilhas de bruma, 
Onde as gaivotas vão beijar a terra

Se no falar trago a dolência das ondas 
O olhar é a doçura das lagoas 
É que trago a ternura das hortensias 
E no coração a ardência das caldeiras.

Por isso é que sou das ilhas de bruma, 
Onde as gaivotas vão beijar a terra

Trago o roxo a saudade esta amargura 
E só o vento me ecoa na lonjura 
Mas trago o mar imenso no meu peito 
E tanto verde a indicar-me a esperança.

Por isso é que eu sou das ilhas de bruma, 
Onde as gaivotas vão beijar a terra

É que nas veias corre-me basalto negro 
No coração a ardência das caldeiras. 
O mar imenso me enche a alma, 
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança.

Por isso é que sou das ilhas de bruma 
Onde as gaivotas vão beijar a terra

Manuel Medeiros Ferreira

Estes versos, cantados, são um hino não oficial dos Açores. 

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