30 de agosto de 2024

Pequeno excerto (opinião/ EXPRESSO)



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O luxo não está em crise. Aleluia! É a grande indústria europeia que resta, agora que os chineses destronaram os carros alemães. O luxo não é um bem europeu. É francês e italiano. E suíço, se incluirmos os relógios. Mas, enfim, faz parte do que resta à Europa que não tem Silicon Valleys. E, contudo, Bernard Arnault, da LVMH (a holding com Louis Vuitton), é o homem mais rico do mundo. Ou o segundo. Tem dias. Ao contrário de Elon Musk, que quer ir a Marte e colocar chips nas cabeças de humanos, Arnault limita-se a fazer artigos que existem há centenas de anos, como malas, roupa, vinhos ou perfumes. Uma boa parte do insaciável desejo pelos seus produtos de luxo vem de países que estão a sair da pobreza ou de pessoas que ascenderam socialmente e que dão um desmedido valor simbólico de status a estes bens, agora que os podem comprar. Desconhecem os truques velhos destas marcas: um dos seus produtos tem de parecer inacessível, impossível de conseguir. O caso mais paradigmático é o da Birkin, a mala que a Hermès fez com o nome da cantora inglesa Jane Birkin.

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