30 de agosto de 2024

Ando pelas ruas (poesia)



Ando pelas ruas desta incerta cidade.

Deixo que o meu olhar

se ajuste ao olhar dos outros.

Entre ruas e rostos há fragmentos de solidão

que denunciam a trágica expressão da vida.

Todos conhecem a oralidade da mudez,

a vigília da revolta, a senha do desdém,

a estranheza de golpes imolando os sonhos.

Eu, com uma fala colada na língua,

somente me consinto

a áspera caligrafia do silêncio.


Graça Pires

Uma claridade que cega

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