14 de novembro de 2025
Opiniões
No Observador
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13 de novembro de 2025
Um poeta, dois poemas
Buenos Aires
Quizá la humedad y el shampain
gratis
en la inauguración de una muestra
de arte
sean obras del mismo
artista
las dos caen
del cielo en Buenos Aires
las dos dejan algo tibio
y pegajoso
entre mi cuerpo y el resto de las cosas
*****
Cuaderno infinito
Es lindo pensar que este cuaderno
comprado una tarde al pasar, en una librería de Almagro
fue en otro tiempo papel para reciclar
y en otro tiempo, el material de una fábrica
y en otro tiempo la piel
apenas naciente de un árbol.
Es lindo pensar que el miedo de hacer cosas diferentes
no importa
porque aunque sea poco lo que pueda decir
estas páginas están hechas de
algo infinito
una cosa sin forma
posiblemente viscosa
como la noche o la oscuridad
E na mesa (culinária)
Bife, batatas fritas e fruta.
O especial disto é que são batatas doces, fritas às rodelas. Coisa boa. 😋
Mais de centro
Vejam como são as coisas. Se, há 60 anos, duas pessoas se fechassem numa sala com um homem e apertassem com ele, perguntando-lhe insistentemente se ele era de esquerda, e ele resistisse a responder, esse homem seria um herói. Na semana passada foi exactamente isso que aconteceu a António José Seguro — e ele foi criticado. Duas jornalistas do “Público”, Ana Sá Lopes e Maria Lopes, submeteram-no a intenso interrogatório, mas ele bateu-se muito bem, e surpreendeu: naquela inquirição, foi o interrogado que recorreu à tortura do sono, dando as respostas mais chatas de que se lembrou. Por exemplo, quando lhe perguntaram “é um homem de esquerda, certo” optou por responder à pergunta imaginária “como definiria a sociedade portuguesa?”, e disse: “a sociedade portuguesa é uma sociedade profundamente dividida. Há demasiadas divisões, e muitas das divisões são artificiais”. As jornalistas/inspectoras insistiram. Perguntaram se os valores de Seguro não estariam um pouco mais à esquerda que os de Marques Mendes e Gouveia e Melo. Era uma pergunta mais fácil, porque em teoria é possível estar à esquerda de Marques Mendes e Gouveia e Melo sem se ser de esquerda. Mas Seguro não cedeu, e pediu que parassem de “distribuir rótulos pelas pessoas” e de as “encaixar em gavetas e em departamentos”.
Dias depois, na RTP, Seguro encaixou-se numa gaveta e num departamento, quando disse ao jornalista Vítor Gonçalves que se tinha exprimido mal, e que era inequivocamente de esquerda. E acrescentou, para justificar o erro: “sou um ser humano”. Esta última informação talvez seja mais danosa do que a primeira. Se Seguro receava que o eleitorado o rejeitasse por ser um candidato de esquerda, devia recear mais ainda que os cidadãos ficassem a saber que ele é um ser humano, tendo em conta a quantidade de eleitores que parecem preferir um ser desumano.
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No Expresso 👈👈
12 de novembro de 2025
Um livro, um poema
EL aire herido lanza un ruego,
una plegaria,
por este extraño país que tiene a Lorca el poeta
en las alturas de lo cultural,
y al mismo Lorca anónimo diluido en los campos,
perdido, oculto y desaparecido.
Alzad el ciprés ya.
Abrir la tierra.
Un ruego necesario ahora,
una plegaria urgente,
por esta terrible cárcel de muerte en Lugo,
donde fueron tanto el terror y tanto el llanto.
No más silencio ajado.
Ni vergüenza.
Inexplicable y ruin es tanto engaño,
tanta desmemoria y ajada Democracia.
Hágase ya la luz.
Venga su claridad sin miedo.
Os improváveis
Improvável não é impossível.



















































