A criação e manutenção de listas de inimigos políticos como ferramentas de repressão política não é nova, mas é sinal de deriva autoritária a que nenhum regime nem ideologia está imune.
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As listas contemporâneas de “inimigos do povo” mostram que a visão convencional da Guerra Fria — que associa automaticamente Ocidente a democratização e socialismo a autoritarismo — sempre foi frágil. A tentação de vigiar e silenciar dissidentes não conhece fronteiras ideológicas. A defesa da liberdade académica e de expressão exige hoje o mesmo que exigia em 1957: coragem institucional para proteger o dissenso contra as pulsões autoritárias do momento.
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