Um gato, em casa sozinho, sobe
à janela para que, da rua, o
vejam.
O sol bate nos vidros e
aquece o gato que, imóvel,
parece um objecto.
Fica assim para que o
invejem — indiferente
mesmo que o chamem.
Por não sei que privilégio,
os gatos conhecem
a eternidade.
Nuno Júdice
In Assinar a pele
(antologia de poesia contemporânea sobre gatos)
Ed. Assírio Alvim
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