17 de novembro de 2024

Burgo (poesia)

Meu velho burgo dormido

meu berço de heras

poeira húmida

de secos orvalhos

minha lembrança

de presságios não cumpridos

Meu regaço de penas

minha brisa alada

burgo meu cais

donde não parto nem volto

aceno de asa

sem mastros de largada

minha água

de sede crestada

burgo meu destino

de fugir e restar

sem haver partido.


Fernando Namora 

Em 'Nome Para Uma Casa

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