15 de agosto de 2024

Outra parcela de prosa



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É absurdo comparar a invasão pelas tropas ucranianas da região fronteiriça de Kursk, a 6 de agosto, com qualquer destas grandes invasões (a francesa e a alemã foram derrotadas, a mongol também, apesar de ter demorado dois séculos o renascer de um Estado russo, com Ivan, o Grande). Como também é absurdo comparar os 400 (ou serão 800?) km2 de terras russas agora ocupados pelos soldados ucranianos com os cerca de 20% de território ucraniano sob controlo russo.

O que, porém, não é absurdo é reconhecer que aquela que foi a primeira invasão de território russo depois da Segunda Guerra Mundial surpreendeu totalmente Moscovo, assim como os Aliados de Kiev. E mostra, uma vez mais, a determinação de Volodymyr Zelensky em desafiar Vladimir Putin, agora que muitos preveem que, a breve prazo, ucranianos e russos terão de sentar-se à mesa para negociar uma saída para o conflito que dura desde 2022 (2014, se incluirmos a anexação da Crimeia e o início do separatismo dos russófonos no Donbass).

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