10 de outubro de 2024

O combatente (recorte)

Guiado pelo Direito Internacional e pela Carta das Nações Unidas, António Guterres não recua perante as atrocidades de Vladimir Putin e Benjamin Netanyahu (para nomear apenas dois). Neste último caso, basta-lhe o número crescente de mais de 42 mil mortos e quase 100 mil feridos que chega do amontoado de pedras e poeira em que se transformou o território-prisão conhecido como Faixa de Gaza, onde, antes de 7 de outubro de 2023, viviam quase 2,5 milhões de pessoas, metade das quais mulheres e crianças. Aliás, deveria bastar a qualquer um de nós.


Socialista e católico, António Guterres é, acima de tudo, o humanista. Até pode ter ficado a meio caminho de completar a carreira de político e negociador que a inteligência e a competência, demonstradas ainda na juventude, lhe auguravam; terá de continuar, ainda por algum tempo, a enfrentar as conversas de café (meio ideológica, meio preconceituosa), muitas delas produzidas por conterrâneos (dignos personagens de um Eça), que o retratam no presente como "anti-semita", "impotente" ou "incompetente" (o governo de Telavive já lhe chamou, de forma mais requintada, de "palhaço" e "cobarde").

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João Amaral Santos 

Visão do Dia 

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