Agora que passou o Natal, esses dias de estar muito à mesa, em família, e até que venha o ano novo, voltamos às nossas rotinas. Nas minhas rotinas, daquelas que nos aborrecem mas nos vão guiando sem termos de meditar muito para decidir, inclue-se o almoçar num de dois ou três restaurantes cuja comida é satisfatória, não são muito caros e ficam na minha área de circulação habitual. Um deles fica à beira do rio, tem uma sala interior e umas mesas exteriores, numa varanda, onde se espanejam pardais. Os malandrecos já aprenderam a explorar os restos de comida sob e sobre as mesas, sabem perfeitamente o caminho para o interior e, se uma pessoa estiver só, numa mesa de seis lugares - no interior são de seis lugares - eles pousam no canto mais afastado da pessoa a espreitar para o prato. Ora como com companhia, ora sem e, nos dias em que não estou com companhia costumo deitar algo, como uns baguitos de arroz sobre o tampo da mesa. Eles já me conhecem(?), ou conhecem o aspecto do petisco - ainda hoje tive três pardais a partilhar comigo os filetes de pescada com arroz de cenoura. Os empregados da casa nunca fizeram reparo. Gente educada, é o que é.
28 de dezembro de 2009
10 de dezembro de 2009
A ligação à terra
Há muitos anos que não semeio. Mas ainda planto, rego e colho.
São tarefas que me enchem de uma enorme paz. Há duas ocasiões que são particularmente sentidas como laço de apego à terra: a vindima e a apanha da azeitona. Nem o corpo cansado apaga a alegria de colher, a sensação de harmonia com a natureza e a gratidão pelo tanto que nos dá.
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