3 de março de 2025
Poeta de Argentina
Amar y estar,
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En lo alto del estante,
como si el que mira
estuviera en otro planeta,
le llega la luz de las lámparas
al globo terráqueo
que papá nos regaló.
Es una esfera perfecta,
cabe en una mano.
Quiero llegar a viejo
para hacer regalos pequeños.
Damián Rios,
in Pan y cielo,
antología de su obra poética publicada en 2024.
Opiniões
No Observador
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Aquilo a que Churchill chamou a nossa ‘civilização liberal’ do Ocidente deve continuar a merecer a nossa lealdade.
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Silêncio perpétuo (poema)
2 de março de 2025
Mais um poema
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski
Destrucción mutua - poema
LA COSA ROJA
Aroa Moreno Durán
in Todavía una noche
Opiniões
No Observador
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Em 2025, e depois do cisma de Trump na aliança atlântica, a Europa tem a possibilidade de estabelecer uma diplomacia quadrangular: EUA, Rússia, China e União Europeia. | |||||||||
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Andar a pé tem a fama de ser uma manifestação de liberdade. O metropolitano sugere ao invés que vamos para onde vamos às escuras e sem cenário. | |||||||||
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Não cresci num ambiente em que sentir-se amado depende de muitos elogios ou mimos, antes sobretudo da presença fiel e constante daqueles que cuidam de nós. Sei que sou um privilegiado por causa disso. | |||||||||
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A revisão das normas de prescrição sob uma perspetiva de direitos humanos afigura-se essencial para garantir que o tempo se não torne um aliado da impunidade. |
Um livro
Um livro que continua actual
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As referências literárias abundam, assim como as científicas e as históricas, e até, como já vimos, as pessoais – porque cada um tem a sua própria guerra –, ao lado de reflexões mais ensaísticas. Como esta, que descreve como o impulso de guerra não é separável das condições socioeconómicas e da manutenção do poder: “Durante todo o século XX, ficou claro que o padrão de vida dos países industrializados não pode ser multiplicado pela população total do mundo. Criámos uma maneira de viver que terá de ser sempre limitada a uma pequena minoria. Esta minoria pode ser constituída por uma vasta classe média num pequeno grupo de países e uma reduzida classe alta nos restantes. Os membros reconhecem-se entre si pelo poder de compra. Têm um interesse partilhado em conservar os seus privilégios - se necessário, pela força. (...) A situação de violência global é o núcleo duro da nossa existência.”
O que diria o autor sobre o mundo tal como hoje se desenha? Se não lhe podemos perguntar, pois Lindqvist morreu em 2019, a última frase do livro - “E do que ainda está para vir” - serve de resposta, aludindo a um movimento bélico, cíclico e circular que nos obriga a olhar para um dos fragmentos iniciais, situado em maio de 1940, quando Churchill deu ordem para bombardear a Alemanha.
Luciana Leiderfarb
Expresso
O Padrinho - OPINIÃO
RECORTE DE IMPRENSA
O Padrinho, Parte II
Na véspera da visita do Presidente Zelensky à Casa Branca, a capa da revista The Economist inscrevia a negro sobre fundo vermelho o seguinte título: “The Don’s New Wold Order”. Na imagem da prestigiada revista, célebre pela qualidade das suas capas, o vulto a negro de Donald Trump, com o seu inefável boné Maga, seguido por alguns outros vultos sombrios dos mais conhecidos autocratas que hoje pululam no mundo, o primeiro dos quais o chefe da velha “família” de rivais que resolveu unir forças com o “inimigo” para tomar conta do bairro.
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1 de março de 2025
Uma história da América
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Daqui por dois ou três séculos, os historiadores conseguirão traçar uma história da América percorrendo os inimigos na ficção de grande consumo.
Primeiro foram os peles-vermelhas, depois os gângsteres tipo Al Capone, vieram os nazis e logo a seguir os soviéticos. No final do século XX, começamos a ter presença dos gangues de latinos nas cidades e dos regimes ditatoriais e dos traficantes de droga de repúblicas imaginárias da América Latina, seguido de agentes perdidos da antiga cortina de ferro.
Mais tarde, usaram-se abundantes mercenários saídos das guerras na antiga Jugoslávia, o Islão de Saddam primeiro e o de Bin Laden depois, bem como o Daesh, nunca esquecendo em várias fases os doidos megalómanos da tecnologia, os tecnoczares de tipo Elon Musk e os mafiosos de raiz italiana instalados sobretudo em Nova Iorque e arredores.
Pelo meio, mas com menos frequência do que talvez pudéssemos imaginar, o inimigo oriental, fosse chinês, japonês (as tríades) e norte-coreano, ainda que ultimamente os chineses sejam menos visados porque (dizem os passarinhos) há muito capital chinês investido em plataformas e estúdios de Hollywood e seria insensato chamar-lhes inimigo.
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Opiniões
No Observador
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Acabar a guerra é fácil. Foi a Rússia que a desen- cadeou, pode pará-la num instante, bastando retirar as suas tropas do país atacado. Mas não se acaba com uma violação obrigando a vítima a aceitá-la. | |||||||||
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Ao contrário do que se poderia supor, os mais fortes sinais de “defesa musculada da democracia musculada” não vêm da América de Trump, mas importam da América o estilo do mais puro Deep State.
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