Para mandar embora o ano velho, ao jantar, precisa ter um bocadinho de marisco, fruta, um vinho melhor...
Graças a Deus, por aqui, há disso.
Como um rio correm os dias e este espaço é uma margem onde deito pedrinhas à água.
Para mandar embora o ano velho, ao jantar, precisa ter um bocadinho de marisco, fruta, um vinho melhor...
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Numa ordem mundial em crise e transição, a estabilidade só poderá ser restaurada com realismo, ou seja, tendo em conta que nem sempre a Paz coincide com a Justiça. ****** O senso comum do pragmatismo não nega a procura por algumas formas de compreensão da realidade, apenas a associa à natureza prática da vida. |
Fico surpreendida de haver quem leia este blog em locais que nunca imaginei.
Para lá de Portugal e Brasil, os de língua portuguesa, tudo o resto me espanta.Na minha terra, lá onde sinto raízes, apesar de ser uma vilória do fim do mundo, no alto da serra, também há animação cultural.
Nos tempos da minha infância, a ambiance era absolutamente medieval: circulavam burros e carroças e havia mercado de rua. Os grandes pontos de encontro eram a Igreja Matriz ao domingo ou, para os mais cosmopolitas, o Café Central. Ali, como por esse País todo, calculo eu...
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Não apenas Alexandra Reis jamais deveria ter aceitado a indemnização, se ia para a NAV, como nem deveria ter sido convidada uma vez indemnizada, e muito menos para o Tesouro onde iria tutelar a TAP. *****
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Henrique Monteiro apresenta três teses, para acabar a concluir que “Tudo isto é triste, tudo isto existe, tudo isto é fado”. Já Francisco Louçã tem menos dúvidas: “aqui está o crime imperfeito: muita gente mentiu e todos foram apanhados”.
No Expresso
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Ou 2023 é o ano de afirmação do PSD no papel de líder da oposição, ou 2023 será mais um ano penoso de discursos oficiais em que nos pedirão para confiar num Portugal de futuro cada vez mais improvável. Alexandre Homem Cristo ***
*** ambos no Observador *** |
polvilhado de canela;
Era bom mas acabou-se
desde que a vida me trouxeThe FABELMANS, de Spielberg
O cinema, é sempre o mundo do encantamento, uma cópia da vida, ou uma fantasia de futuros risonhos. Por vezes, também é uma fuga para a frente para os nossos desânimos.
Ontem fui ao cinema e vi um belo filme. Fui também esconjurar um certo desencanto que me ataca por estes dias: não vejo futuros risonhos, nem para a minha geração, nem para as seguintes.
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No próximo ano, na vida política e económica,as coisas vão piorar e não vale a pena ter ilusões. Esqueçam os desejos piegas e hipócritas de muitos nos jornais e nas televisões. João Marques de Almeida, Observador |
Começo a sentir como envelhecemos, pelo número crescente de mortes de gente que nos habituamos a admirar.
A TAP recebe esta semana 990 milhões, mais uma tranche, saída dos nossos impostos.
Desse valor já saiu meio milhão para uma gestora que por lá esteve, saltou para a NAV e de seguida para o Governo. Há gente a quem sai a sorte grande, mesmo sem comprar lotaria.
E ninguém, nos ministérios, sabe como e porquê ? - É estranho.
Mais um "casinho" daqueles que o PM costuma minimizar.
Não é a legalidade. É o que está para além de ...
Há cinco vezes mais ricos do que em 2014, em Portugal.
Por isso cresce tanto o número de pobres: o PS governa mal, protegendo uns e ignorando outros. Aí está o resultado; jovens e idosos estão à rasquinha.
...ante-véspera de natal, em curtos quatro minutos sem grande história o primeiro-ministro reiterou agora que “a trajectória sustentada de redução do défice e da dívida coloca país ao abrigo das turbulências do passado”. Quase um País das Maravilhas.
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Com os vitorianos e, acima de tudo e de todos, com Charles Dickens, o imaginário do Natal cristão ganhou uma dimensão social, caseira, próxima, de consciencialização e redenção pessoal. No Observador |
Se faz favor, Menino Jesus, além da Salvação, traz também a misericórdia e alivia todos os aflitos: pela doença, fome, frio, solidão, guerra, catástrofes naturais ...
“Ano após ano, a história do nascimento de Jesus vem ao nosso encontro, misturando crença e sentimento, associando ethos e pathos, conjugando o contingente com o eterno, o dialeto humano com o teatro de Deus”.
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Artigo de opinião
Costa não sabe o que é “estrutural” nem quer saber.
Costa é useiro e vezeiro em utilizar as
palavras sem relação directa com o seu significado. É a versão portuguesa do
Humpty-Dumpty da Alice: as palavras significam o que eu quero.
Paulo Tunhas, Observador
Zelensky, rosto da coragem
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Com uma crise económica e social e a degradação dos serviços públicos talvez o PM sinta necessidade de afirmar que “vão ser quatro anos” precisamente porque os sinais apontam cada vez mais o contrário. André Azevedo Alves, Observador |
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Se António Costa não conseguir ir para Bruxelas em 2024, terá que ficar contrariado em São Bento até 2026, terá que aturar as jogadas de Pedro Nuno Santos e Medina na luta pela liderança futura do PS. João Marques de Almeida, Observador |
Que belo é ter um amigo! Ontem eram ideias contra ideias. Hoje é este fraterno abraço a afirmar que acima das ideias estão os homens. Um sol tépido a iluminar a paisagem de paz onde esse abraço se deu, forte e repousante. Que belo e que natural é ter um amigo!
Estou como este senhor: sou reaccionária.
Claro que, pessoalmente, tenho uma montanha de limitações; isso não me impede de ver o que está errado e não é justo.
“É um ato político e de coragem eu, mulher negra, acordar, beber um café, fumar três cigarros e escrever”. Nascida em Luanda, Djaimilia Pereira de Almeida cresceu nos subúrbios de Lisboa. “A escrita trata das minhas dores todas. Quando tenho um problema que me angustia, uma pergunta que me aflige ou uma dor qualquer, o que faço é escrever. Escrever lava-me.”
Djaimilia Pereira de Almeida
no Expresso Curto
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Como eu entendo: escrever (quem souber) e ler são dois excelentes caminhos de "amaciar" dores e preocupações. Será uma fuga para a frente, não resolve problemas, mas torna-os mais suportáveis... pelo menos durante um tempo.
Cardeal Tolentino Mendonça venceu primeira edição do Prémio Ilídio Pinho.
Júri distingue o seu trabalho «na promoção e defesa dos valores universais da portugalidade»
Prémio entregue hoje, 19 de Dezembro .
Artigo de opinião
O azar dos Távora
É esta a expressão que melhor representa a relação dos portugueses com o poder estatal: perante o abuso e a mentira de quem manda, olha-se para as vítimas e conclui-se que tiveram azar. Helena Matos, Observador ****** O azar dos Távora, segundo gravura da época |
Artigo de opinião
Um país habituado a esmolas
Distribuem-se esmolas aos pobres que ficam e encara-se como um alívio os que se vão embora porque não se habituam a isto. Sempre são menos para alimentar e cujo voto deixa de pesar.
André Abrantes Amaral, OBSERVADOR
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.
Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abraço que um dia se há-de abrir.
Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.
Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa
Que eu via prometida nas imagens.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Morreu hoje esta senhora, vulto grande das letras do Brasil.
Memorial aos Náufragos - Caxinas
Os Caxineiros sabem bem quanto o mar lhes tem dado ou tem tirado.
Artigo de opinião
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O primeiro-ministro não apareceu nas cheias nem falou sobre a eutanásia. Está fechado na sua bolha, presume-se que em pantufas, sabe-se que irritado e amuado. Avisem-no: as bolhas rebentam sempre. Miguel Pinheiro, Observador |
Artigo de opinião
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O dr. Costa não dá: o dr. Costa tira imenso aos cidadãos em geral para de seguida devolver migalhas aos cidadãos que ele selecciona, a fim de obter a aclamação dos pasmados. O socialismo é isto. Alberto Gonçalves, Observador |
Amostra sem valor
Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível;
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
António Gedeão
Pirata
Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner Andresen