Ficara o galo, sobrevivência da ruína.
Rouco o seu canto.
Canto que não parecia mais de galo,
senão a própria voz da casa abandonada.
Casa rachada ao sol, aluindo-se ao vento de chuva.
Não mais agora figuras humanas entrando;
apenas lagartixas e morcegos para recepção às sombras.
Casa rouca submersa no matagal, teu galo ficou.
E o seu canto perdeu o timbre de sol, já não inaugura os dias.
E se fez adequado aos estragos do reboco,
à podridão das esquadrias – última secreção de paredes gemidas.
Galo rouco. Casa rouca.
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