27 de maio de 2024

Água, Vento, Pedra

 


























Octávio Paz


Vento, água, pedra

A água perfura a pedra,

o vento dispersa a água,

a pedra detém ao vento.

Água, vento, pedra.


O vento esculpe a pedra,

a pedra é taça da água,

a água escapa e é vento.

Pedra, vento, água.


O vento em seus giros canta,

a água ao andar murmura,

a pedra imóvel se cala.

Vento, água, pedra.


Um é outro e é nenhum:

entre seus nomes vazios

passam e se desvanecem.

Água, pedra, vento.

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