6 de agosto de 2024

Despedida (poesia)

 


É quando um espelho, no quarto,

se enfastia;

Quando a noite se destaca da cortina;

Quando a carne tem o travo da saliva,

e a saliva sabe a carne dissolvida;

Quando a força de vontade

ressuscita;

Quando o pé sobre o sapato

se equilibra

E quando às sete da tarde

morre o dia

- que dentro de nossas almas se ilumina,

com luz lívida, a palavra despedida.


David Mourão Ferreira



Sem comentários: