3 de janeiro de 2024

O mundo à nossa volta









Pedro Dias de Almeida 
Visão do Dia 

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Cerca de três meses depois dos hediondos ataques do Hamas em solo israelita, já é praticamente impossível olhar para ação do governo de Israel como o direito de um país à sua defesa. O sofrimento imposto a milhares e milhares de pessoas (muitas delas crianças) é injustificável. E se o grande objetivo declarado de Netanyahu é eliminar completamente o Hamas como grande inimigo de Israel, é fácil prever que o caminho escolhido, da força bruta, só tenderá no futuro a provocar o florescimento de mais movimentos de resistência dispostos a tudo - chamem-se eles Hamas ou outra coisa qualquer. O desejo de vingança vai inevitavelmente crescer nos sobreviventes da Faixa de Gaza e seus descendentes e naqueles que são diariamente humilhados na Cisjordânia, onde colonatos ilegais continuam a crescer impunemente... É uma trágica história sem fim à vista. A resposta brutal de Israel nunca levará, mesmo pensando a médio e longo prazo, a uma tão sonhada situação de estabilidade e mínima harmonia no território.

Pedir a paz na passagem de ano é muito fácil. Difícil é, olhando para o mundo à nossa volta, acreditar. 

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