OPINIÃO
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"Kamala Harris. Vamos lá ter um bom debate." Donald Trump não estava à espera que a vice-presidente se deslocasse até ao seu púlpito para lhe apertar a mão. O gesto inicial e inesperado da democrata que se apresentou, uma vez que nunca tinham estado na presença física um do outro foi um primeiro momento em que o milionário ficou desarmado. Um de muitos.
As coisas não se desequilibraram muito até a democrata aludir aos comícios de Trump, de onde, alegou, as pessoas saem "por exaustão e tédio" ao ouvirem-no falar de Hannibal Lecter ou de "moinhos que causam cancro". O republicano mordeu o isco: se em junho o víramos controlado contra um Joe Biden atarantado, agora deixou de conseguir ocultar a raiva.
Harris, fora algum aparte, respeitou as regras e recorreu a eficazes olhares incrédulos e sorrisos sardónicos. Bastou-lhe deixar o adversário discorrer sobre execuções de bebés o imigrantes indocumentados a comer cães em Springfield, Ohio.
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Pedro Cordeiro
Expresso Diário
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